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Trump limita perfil nas redes sociais após "invasão" de brasileiros

Publicações do presidente dos EUA foram inundadas de comentários após anúncio de taxa de 50% sobre importações do Brasil

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Presidente dos EUA, Donald Trump 27/06/2025 REUTERS/Ken Cedeno
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Donald Trump restringiu os comentários das suas publicações nas redes sociais nesta quinta-feira (10) após inúmeros brasileiros inundarem as postagens do presidente norte-americano com comentários sobre o anúncio de tarifas dos EUA ao Brasil.

Trump afirmou na tarde de quarta (9) que irá taxar em 50% todos os produtos exportados do Brasil aos EUA. A medida deve começar a valer em agosto, se não houver negociação.

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O anúncio foi recebido com preocupação pela indústria brasileira. Duas das principais entidades representativas do setor produtivo brasileiro, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil), alertaram contra consequências e prejuízos das tarifas nas cadeias produtivas, que mantém forte interdependência com o sistema norte-americano.

Já o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convocou nesta quinta-feira (10) uma reunião no Palácio da Alvorada, em Brasília, para discutir a reação ao anúncio do presidente dos EUA.

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Lula já havia reagido à medida e a carta de Trump nas redes sociais afirmando que qualquer aumento unilateral de tarifas será respondido com reciprocidade conforme previsto na legislação brasileira.

Veja abaixo a reação dos brasileiros nas redes de Trump:

Trump limita perfil nas redes sociais após "invasão" de brasileiros | Foto: Reprodução/ @realdonaldtrump
Trump limita perfil nas redes sociais após "invasão" de brasileiros | Foto: Reprodução/ @realdonaldtrump
Trump limita perfil nas redes sociais após "invasão" de brasileiros. | Foto: Reprodução/ @realdonaldtrump
Trump limita perfil nas redes sociais após "invasão" de brasileiros. | Foto: Reprodução/ @realdonaldtrump

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Por que Trump taxou Brasil em 50%?

Em carta enviada ao presidente Lula, o presidente norte-americano alegou que a medida visa "corrigir as graves injustiças do sistema" comercial atual.

"Concluímos que precisamos nos afastar da longa e muito injusta relação comercial gerada pelas tarifas e barreiras tarifárias e não tarifárias do Brasil. Nosso relacionamento, infelizmente, tem estado longe de ser recíproco", declarou Trump no documento.

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Trump alertou que, caso Lula decida retaliar e impor tarifas aos produtos dos EUA, o mesmo percentual será acrescido aos 50% já estabelecidos por Washington.

"Se por qualquer razão o senhor decidir aumentar suas tarifas, qualquer que seja o valor escolhido, ele será adicionado aos 50% que cobraremos", destacou Trump.

Relação com Bolsonaro

Na carta enviada a Lula, Trump também voltou a defender Jair Bolsonaro (PL), alegando que o ex-presidente é vítima de uma "caça às bruxas".

"A forma como o Brasil tem tratado o ex-presidente Bolsonaro, um líder altamente respeitado em todo o mundo durante seu mandato, inclusive pelos Estados Unidos, é uma vergonha internacional", condenou Trump, logo no início do documento.

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O presidente dos EUA alegou que a decisão por taxar o Brasil foi "em parte" influenciada pelo que Trump classificou como "ataques insidiosos do Brasil contra eleições livres e à violação fundamental da liberdade de expressão dos americanos". Citou como exemplo decisões do Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo Trump, o STF emitiu "centenas de ordens de censura secretas e ilegais" contra plataformas de mídias sociais dos EUA, ameaçando-as com multas milionárias e até com a expulsão do mercado brasileiro.

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A declaração de Trump acontece na mesma semana em que o ministro Alexandre de Moraes, do STF, voltou a ser intimado pela Justiça da Flórida (EUA) no âmbito do processo movido pelas empresas Trump Media, que pertencem ao chefe de Estado norte-americano, e pela plataforma Rumble.

A ação acusa Moraes de supostas violações à soberania americana ao ordenar que as plataformas removessem conteúdos e contas de influenciadores brasileiros de direita de suas redes.

Veja a carta na íntegra nesta matéria.

Resposta de Lula

Em nota publicada na rede social X (ex-Twitter), Lula disse que qualquer aumento unilateral de tarifas será respondido com reciprocidade conforme previsto na legislação brasileira.

"Qualquer medida de elevação de tarifas de forma unilateral será respondida à luz da Lei brasileira de Reciprocidade Econômica. A soberania, o respeito e a defesa intransigente dos interesses do povo brasileiro são os valores que orientam a nossa relação com o mundo", afirmou.

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Lula rebateu ainda a justificativa econômica apresentada por Trump, dizendo que é falsa a informação sobre um déficit comercial dos EUA com o Brasil.

Segundo ele, dados do próprio governo norte-americano mostram um superávit de US$ 410 bilhões em favor dos Estados Unidos nos últimos 15 anos.

O presidente também declarou que o Brasil não aceitará qualquer tipo de ameaça ou tentativa de tutela.

"O Brasil é um país soberano, com instituições independentes, e não aceitará ser tutelado por ninguém", afirmou.

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Segundo Lula, o processo contra os responsáveis pela tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022 cabe exclusivamente à Justiça brasileira, "sem qualquer ingerência ou ameaça que fira a independência das instituições nacionais".

O presidente brasileiro publicou a declaração após realizar uma reunião de emergência com integrantes do governo para discutir a taxação norte-americana. Participaram do encontro o vice-presidente, Geraldo Alckmin, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Reação do mercado

O dólar à vista subia mais de 2% ante o real nas primeiras negociações desta quinta, conforme os investidores demonstravam aversão à moeda brasileira depois que o presidente Trump anunciou a tarifa de 50% sobre exportações do Brasil.

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O Banco Central (BC) fará nesta sessão um leilão de até 35.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1º de agosto de 2025.

Ações de empresas e bancos brasileiros listados nos Estados Unidos registraram queda nas negociações pré-abertura de hoje.

Indicadores de volatilidade cambial estavam em suas máximas desde o pânico do "Dia da Libertação", em abril, depois que o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento saltou mais de 2% ante o real na quarta em reação ao que o Deutsche Bank descreveu como uma escalada das tensões.

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