Governo Lula ainda não definiu posição sobre fim da reeleição e PEC das Drogas
Líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), diz que não está definido se base vai ser liberada para votar sobre proibição de porte e posse das drogas
O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), disse nesta quinta-feira (7) que o Planalto ainda não definiu posição sobre as Propostas de Emenda à Constituição (PECs) do senador Marcelo Castro (MDB-PI) que acabam com a possibilidade de reeleição para cargos do Executivo (prefeito, governador e presidente da República) e da PEC que criminaliza a posse e o porte de drogas independentemente de quantidade. O senador falou sobre os temas em entrevista a jornalistas após reunião de líderes da Casa.
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Jaques Wagner ressaltou que, em jantar com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e líderes na terça-feira (5), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se manifestou contrariamente ao fim da reeleição para cargos do Executivo.
"A opinião de governo, como líder, eu só poderei dar quando houver uma posição fixada, definitiva, do governo. A posição do presidente pesa muito, é evidente que pesa muito, mas não tem uma posição de governo tomada", declarou o senador pela Bahia.
Ainda de acordo com Wagner, esse não é um tema que necessariamente unifica os partidos. Na opinião do senador, porém, as propostas de Marcelo Castro foram cautelosas, porque colocam o fim da reeleição a partir da década de 2030. Sem cautela, afirmou, "um tema como esse não anda". O petista falou ser "amplamente favorável" também à coincidência das eleições, o que está previsto em duas das PECs.
PEC das Drogas
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que criminaliza a posse e o porte de drogas deve entrar na pauta da próxima semana da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.
"A gente não tem uma posição firmada de governo [sobre o texto]. Cada partido evidentemente terá uma posição. Esse é o tipo de tema que não adianta querer unidade da base. Porque vai ter partido da base que vai defender uma coisa, outro partido vai defender outra", falou Jaques Wagner.
O senador disse não saber se haverá uma posição de governo sobre o tema ou se o Planalto vai liberar os partidos da base para orientarem o posicionamento conforme suas próprias decisões.
"Há uma decisão do Supremo que ainda vai ser concluída, se espera, na próxima terça ou quarta-feira. Então eu acho que também a questão do compasso de espera, para a gente saber o que vai sair de lá, para não trabalhar em cima de algo que eventualmente não se transforme em realidade", acrescentou, se referindo ao julgamento sobre a descriminalização do porte de maconha para uso pessoal, interrompido novamente no STF na quarta (6).