Forças Armadas não podem ter aura de suspeição, diz ministro da Defesa de Lula sobre 8 de janeiro
Múcio comentou sobre abertura de inquérito do Exército contra quatro militares de alta patente por envolvimento nos atos golpistas
O ministro da Defesa, José Múcio, disse nesta quarta-feira (28), que não pode haver "suspeição" na atuação das Forças Armadas. A declaração foi em resposta a questionamento de jornalistas sobre quatro militares de alta patente que estão sendo investigados pelo Exército por atuar para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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“Foram militares de alta patente que resolveram estimular o fracionamento do bom equilíbrio do Exército, desestimular o trabalho do general. Ele prontamente, competentemente, abriu inquérito, descobriu os culpados e serão punidos. As Forças Armadas para serem fortes não podem trabalhar sobre a aura da suspeição”, declarou Múcio durante um evento de comemoração aos 25 anos do Ministério da Defesa realizado no Clube de Exército, em Brasília.
Os coronéis da ativa Alexandre Castilho e Anderson de Moura e os coronéis da reserva Carlos Pasini e José Otávio Cardoso são investigados por inquérito aponta que eles teriam escrito uma carta para pressionar o comando do Exército a dar um golpe de Estado e impedir a posse de Lula após ele derrotar Jair Bolsonaro nas eleições de 2022.
Segundo o regimento interno, o Exército tem 30 dias prorrogáveis por mais 30 dias para terminar a investigação contra os quatro coronéis.
O Exército já havia aberto uma sindicância que apurou a participação de 37 militares nos atos golpistas de 8 de janeiro. Destes, 26 receberam punições administrativas: doze coronéis, nove tenentes-coronéis, um major, três tenentes e um sargento. Os onze militares restantes não receberam punições.