Filipe Martins nega delação de Cid e diz não ter contato com minuta de golpe
O ex-assessor de Jair Bolsonaro afirma também que não estava na reunião de 7 de setembro de 2022

Gabriela Vieira
O ex-assessor do então presidente Jair Bolsonaro (PL), Filipe Martins, diz que o tenente-coronel Mauro Cid tem contado mentiras e afirma que nunca teve contato com a minuta de golpe.
Em depoimento ao STF (Supremo Tribunal Federal) nesta quinta-feira (24), Martins disse que "não só não tive contato com essa minuta antes, como não tive durante o processo. Por isso, minha defesa tem insistido em chamar essa minuta de minuta fantasma”.
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Ao ser perguntado durante o interrogatório se ele havia participado da reunião do dia 7 de novembro de 2022, quando teria sido apresentado a minuta, Filipe diz que não.
“Eu não estava na reunião do dia 7 [de novembro de 2022] e nunca me reuniu com comandantes militares.[…] Não participe de nenhuma reunião de minuta. Não houve consulta”, afirma o ex-assessor.
O STF ouviu nesta quinta-feira (24) os integrantes do chamado núcleo 2 da organização criminosa. Filipe Martins é um dos participantes do núcleo, segundo a PGR (Procuradoria-Geral da República).
Martins responde no STF pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de estado e dano qualificado e dano ao patrimônio tombado.
Mauro Cid
Mauro Cid relatou anteriormente que Filipe Martins participou da reunião com Bolsonaro e, depois, fez alterações no texto a partir das ordens do ex-presidente.
Além disso, Cid afirmou que Jair Bolsonaro e Filipe Martins debateram juntos a redação de uma minuta de decreto golpista. O tenente coronel fechou um acordo de delação premiada e também faz parte do processo no STF.