Exames de Bolsonaro apontam pneumonia viral, diz médico
Médico Claudio Birolini afirmou que tratamento será com antibiótico; recomendação ao ex-presidente é diminuir agendas e se alimentar mais devagar

Vanessa Vitória
Após passar mal durante agenda em Goiânia e retornar a Brasília, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi submetido a uma bateria de exames na manhã deste sábado (21), no Hospital DF Star, na capital federal. Em coletiva de imprensa, o médico Claudio Birolini, que acompanha o ex-mandatário, afirmou que resultados apontaram quadro de pneumonia viral. Tratamento deve ser com administração de antibiótico por alguns dias.
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O médico disse que Bolsonaro vinha apresentando mal-estar, calafrios e um pouco de náusea desde a semana passada e que exames já estavam programados. Equipe do hospital realizou exames de sangue, urina e tomografias de tórax e abdômen.
"Nessa tomografia foi constatado que ele provavelmente teve um quadro de uma pneumonia viral. Semana passada ele estava com bastante tosse, então isso foi documentado hoje", disse Birolini. "Do ponto de vista de pós-operatório, me referindo à cirurgia, está tudo bem", citando procedimento de 12 horas realizado em abril, para corrigir obstrução intestinal.
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"A parede abdominal também está bem. Então, basicamente, agora, a gente vai dar uns dias de antibiótico para ele tomar para acabar de resolver essa questão do pulmão", acrescentou o médico.
Bolsonaro também conversou com jornalistas e disse sentir "um pouco tonto, mas tudo bem". "A idade pesa bastante na gente. E já foram sete cirurgias. E eu espero que seja a última", falou o político, que completou 70 anos em março.
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Na quinta (19), durante discurso na Câmara Municipal de Aparecida de Goiânia (GO), onde recebeu título de cidadão aparecidense, o ex-presidente soluçou e contou que chega a vomitar "dez vezes por dia".
O ex-mandatário disse que esses episódios são "uma coisa rara, ninguém consegue diagnosticar". "Já tive anos atrás, já tive esse mesmo problema. É uma crise que dura, às vezes, 24 horas, até uma semana de soluço 24 horas por dia. E fico bom quando há inversão dos movimentos peristálticos, o vômito. Daí, passa o soluço e eu fico por algum tempo bom. Eu estou, agora, 24 horas sem soluço. Espero continuar assim", descreveu.
Médico orienta reduzir ritmo de agendas e alimentação mais devagar
A jornalistas, Birolini também afirmou que vai pedir para Bolsonaro "rever a forma como ele se alimenta" e reduzir o número de compromissos.
"Não é o tipo de comida, mas a forma como se alimenta. E pedir para diminuir um pouquinho o ritmo das agendas, que têm sido muito intensas nesses últimos dias. Isso, enfim, prejudica um pouquinho a recuperação total dele", explicou, acrescentando que Bolsonaro pode "comer de tudo".
"Já falei que ele come muito rápido, engole a comida sem mastigar, fala muito durante a refeição. A gente precisa reeducá-lo nessa fase até ele se readaptar e, enfim, parar um pouquinho esse negócio de soluço", falou.
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Segundo o médico, exames estavam previstos para a primeira quinzena de junho, "quando ocorreu todo aquele julgamento", seriam realizados na segunda (23) e foram feitos hoje por causa do mal-estar sofrido nessa sexta (20), em Goiânia.
"A gente optou por antecipar [exames]. Então, fizemos hoje e acho que está tudo sob controle", falou Birolini.
Em 10 de junho, Bolsonaro participou de interrogatório no Supremo Tribunal Federal (STF). Ele é um dos réus na ação penal que apura tentativa de golpe de Estado.