Política

Estudo diz que Brasil perdeu cerca de R$ 21 bilhões ao ano com mortes em acidentes de trânsito desde 2016

Levantamento do Centro de Liderança Pública utiliza a sobrevida esperada dos acidentados e a trajetória de renda privada destes para cálculo

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Segundo estudo do Centro de Liderança Pública (CLP), o Brasil perde cerca de R$ 21 bilhões (cerca de 0,2% do PIB) com mortes em acidentes de trânsito, anualmente. O levantamento inclui despesas médicas, perda de produtividade e valores associados aos danos materiais.

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Para o cálculo, utiliza-se a sobrevida esperada dos acidentados e a trajetória de renda destes. Neste recorte, nos últimos 11 anos foram perdidos R$ 251 bilhões. O CLP considera que cada perda humana (um óbito) pode significar R$ 800 mil a menos.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 1,35 milhão de pessoas morrem anualmente em acidentes de trânsito. No país a taxa é de 16,1 em um grupo de 100 mil. Na comparação, o Brasil está acima de vizinhos como Chile (14,9), Uruguai (14,8), Argentina (14,1) e Peru (13,6), mas atrás de outros como Bolívia (21,1), Paraguai (22) e Venezuela (39,0).

Apesar de ainda estar distante dos países desenvolvidos, nota técnica da pesquisa mostra que o Brasil, desde 2014, apresenta redução das mortalidades nos transportes, revertendo a tendência de crescimento que vinha desde o ano de 2000.

Os homens têm quatro vezes mais probabilidade de morrer em acidentes de carro do que as mulheres (em 2023, foram mais de 24 mil vitimados frente a 5 mil, respectivamente). A idade média dos que morrem em acidentes rodoviários é de cerca de 41 anos para homens e 42 anos para mulheres — a sobrevida destes (tempo que teriam ainda em média) é de 36 e 40 anos.

DPVAT

Em tramitação no Congresso está o Projeto de Lei Complementar (PLP) que recria o seguro obrigatório para acidentes automotivos (antigamente chamado de DPVAT, hoje, SPVAT). Está no Senado, onde se aprovado seguirá para sanção do presidente.

Entretanto, conforme analisa Daniel Duque, gerente de Inteligência Técnica do CLP, o seguro "é só um imposto necessário dada a situação fiscal", isto é, é importante para a arrecadação da União. "Não muda os incentivos, e portanto, tão pouco muda os comportamentos".

Para Duque, que também assina o estudo, é preciso um incentivo direto. Ações sobre segurança rodoviária, como limites de velocidade, punições mais severas por direção embriagada, fiscalização, melhorias na infraestrutura rodoviária e campanhas de educação pública ao trânsito.

"Se há um efeito [do DPVAT], é o de menor consumo dos produtos sobre os quais ele se aplica, isto é, automóveis. Desse modo, ele pode ter um efeito positivo sobre acidentes, mas ainda sim é um efeito pequeno", disse Daniel ao SBT News.

Na última terça-feira (7), o PLP passou, por 15 votos a 11, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Na ocasião, segundo o relator do texto, o senador Jaques Wagner (PT-BA), proprietários de veículos deverão ter que pagar entre R$ 50 e R$ 60 para a cobertura do SPVAT. O PLP segue agora para o plenário da Casa.

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