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Polícia

Reconstituição em 3D expõe detalhes da morte de investigador atingido por PM em São Paulo

Perícia analisa disparos feitos por sargento da Rota que matou agente da Polícia Civil na Favela do Fogaréu; chave de portão do tráfico é foco da investigação

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Foi realizada nesta quinta-feira (1º) a reconstituição da morte do investigador da Polícia Civil Rafael Moura da Silva, baleado pelo sargento da Rota Marcus Augusto Costa Mendes, em uma favela da zona sul de São Paulo. O crime aconteceu em 11 de julho, durante uma operação policial.

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Durante cerca de uma hora, peritos e policiais civis reconstruíram em 3D os momentos que antecederam os disparos. Essa foi a última etapa antes da conclusão do inquérito, que provocou uma crise entre as polícias Civil e Militar do estado.

O investigador Rafael participava de uma operação para prender um criminoso na Favela do Fogaréu, no Capão Redondo. Já o sargento da Rota, sem ordem de serviço, alegava estar fazendo patrulhamento de rotina quando se deparou com o policial civil armado em uma viela e atirou sem dizer uma palavra.

Mesmo após o investigador se identificar e gritar que era da polícia, o sargento efetuou mais dois disparos. Ele alegou ter confundido o policial civil com um criminoso. O comando da PM defendeu a ação, mas o sargento foi indiciado pela Polícia Civil por homicídio com dolo eventual e afastado por determinação da Justiça. Além disso, ele também foi acusado de tentativa de homicídio, já que outro investigador foi atingido de raspão.

No último sábado (2), a Justiça autorizou buscas no quartel da Rota e nas residências do sargento Mendes e do cabo Robson Santos Barreto, que também participou da ação. Ambos também são investigados pela morte de um homem na mesma favela, ocorrida um mês antes e com circunstâncias semelhantes.

A investigação agora busca entender por que o sargento Mendes tinha a chave de um portão de ferro instalado por traficantes na comunidade. Questionado em novo interrogatório, o policial se recusou a responder.

A existência e o uso da chave foram registrados pela câmera corporal do próprio sargento.

Segundo ele, a chave teria sido encontrada no chão de um escadão por acaso. Ele afirma que deduziu que a chave abriria exatamente aquela porta. A Polícia Civil desconfia da versão e estuda indiciá-lo por fraude processual, por tentar enganar a investigação.

Esses portões de ferro são comuns em vielas de São Paulo e usados como barricadas para impedir a entrada da polícia. Após a reconstituição, com apoio da prefeitura, a Polícia Civil derrubou os portões da Favela do Fogaréu.

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