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Política

Esquerda vai às ruas em 15 capitais para lembrar golpe de 1964 e cobrar punição a envolvidos no 8/1

Principal protesto ocorrerá na Bahia e terá a presidente do PT, Gleisi Hoffmann; Lula determinou que governo não faça ato oficial alusivo à data

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Movimentos sociais e partidos de esquerda vão às ruas em mais de 15 capitais do país, neste sábado (23), em atos em defesa da democracia e para rememorar e condenar o golpe de 1964 e a ditadura militar.

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Os protestos serão ainda para defender que não haja anistia aos golpistas envolvidos nos ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023 e contra o "genocídio" na Palestina — como os organizadores se referem à ação de Israel na região durante a guerra contra o grupo radical Hamas.

As manifestações estão sendo organizadas pelas Frentes Brasil Popular e Povo sem Medo, Psol, PT, PCdoB, Rede Sustentabilidade, PSB, PDT, o Grupo Prerrogativas e a Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD).

Elas vêm quase um mês depois de um ato em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que é investigado pela Polícia Federal (PF) por suposto envolvimento em um plano de golpe de Estado contra o governo eleito em 2022, ser realizado na Avenida Paulista, em São Paulo.

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Na manifestação, Bolsonaro se defendeu das acusações de que planejou um golpe de Estado quando ainda estava no poder e tinha sido derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas urnas, e pediu empenho do Congresso para formulação de uma lei para anistiar os presos nos atos golpistas de 8 de janeiro.

Inicialmente, chamadas para as manifestações deste sábado nas redes diziam que elas seriam para exigir a prisão de Bolsonaro, mas o mote gerou várias críticas, inclusive dentro da própria esquerda, e acabou descartado.

Bahia com o maior

O maior ato entre os convocados para hoje será o de Salvador. Ele ocorrerá no Largo do Pelourinho, às 15h, e contará com a participação do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), da presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), e do líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA).

Confirmaram presença também o presidente do diretório baiano do PT, Éden Valadares, João Paulo Rodrigues, da Coordenação Nacional do MST, e o presidente da CUT, Sérgio Nobre. Um show do cantor e compositor de música popular brasileira nordestina Adelmário Coelho está previsto.

Haverá atos ainda em Maceió, Fortaleza, Brasília, Vitória, São Luís, Belo Horizonte, Campo Grande, Belém, João Pessoa, Recife, Curitiba, Rio de Janeiro, Boa Vista, Porto Alegre, São Paulo e Osasco (SP), além de duas cidades no exterior: Lisboa e Barcelona.

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O de São Paulo ocorrerá no Largo São Francisco, em frente à Faculdade de Direito da USP, às 15h, e provavelmente será o segundo maior. A reportagem apurou, porém, que o deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP), pré-candidato à prefeitura da capital paulista, não vai comparecer. Ao longo do dia, ele tem agendas de pré-campanha com a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, na capital.

Pulverizar os protestos pelo país em vez de concentrar em um único local, como fez Bolsonaro no dia 25, chamar o de São Paulo para o Largo São Francisco, e não para a Avenida Paulista, e organizar o maior em Salvador, e não na cidade de São Paulo, contribuem para evitar que sejam feitas comparações do tamanho do público de hoje com o da manifestação do ex-presidente, em caso de atos esvaziados neste sábado. Historicamente ainda, o PT tem mais força na Bahia do que em SP.

Na contramão de Lula

A decisão de rememorar e condenar o golpe civil-militar de 1964 e a ditadura militar vai na contramão de uma determinação do presidente Lula ao seu governo para que não faça ato oficial em memória dos 60 anos do golpe. O objetivo do petista seria não tensionar a relação do governo com as Forças Armadas.

A ordem de Lula foi criticada pelo advogado Marco Aurélio de Carvalo, fundador e coordenador do Grupo Prerrogativas e pessoa próxima ao petista.

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"A determinação de silenciar diante do golpe militar de 1964 é inadmissível. Contraria nossa história e ofende a luta e a memória de tantos e tantas em defesa da democracia", pontuou em nota divulgada na última segunda-feira (18).

"Sobretudo agora, há poucos anos do golpe [o impeachment] contra a presidenta Dilma e da intentona bolsonarista de 8 de janeiro de 2023, ignorar o passado favorece o recrudescimento de novos retrocessos, como é o caso da campanha para perdoar o inominável e seus cúmplices", acrescentou. O golpe de 1964 completa 60 anos no próximo 1º de abril.

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