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Brasil

Apenas 11% dos jovens brasileiros estão matriculados no ensino médio técnico, revela Censo Escolar

Crescimento nas matrículas ainda é insuficiente para atingir metas do Plano Nacional de Educação

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Somente 11% dos jovens brasileiros estão matriculados no ensino médio técnico. O Censo Escolar apontou crescimento no número de matrículas, mas ainda distante das metas estipuladas pelo Plano Nacional de Educação. Por isso, estados populosos como São Paulo são considerados estratégicos para mudar esse cenário.

Na capital paulista, uma escola estadual com 1.100 alunos conta com 400 estudantes inscritos em cursos técnicos. Há dois anos, a instituição passou a oferecer, junto ao currículo regular, formação profissional, permitindo que os alunos se formem com dois diplomas: o do ensino médio e o técnico.

“O curso de Análise de Sistemas oferece aos estudantes a possibilidade de ingressar no mercado de trabalho. E, para quem quiser seguir no ensino superior, já sairá preparado para atuar na área de TI”, afirma o diretor da escola Alexandre de Gusmão, Cesar Augusto Candidato Xavier.

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Curso mais procurado

Entre os cursos mais procurados está o de Análise de Sistemas. Joice, que sonha em ser médica, já pensa em como aplicar os conhecimentos da formação técnica na sua futura carreira: “Estou desenvolvendo um projeto para uma clínica personalizada, com todos os exames e agendamentos feitos pelo site”, conta a estudante de 18 anos.

De acordo com o ranking nacional, o estado do Piauí lidera com 52,4% dos alunos matriculados no ensino técnico, seguido pela Paraíba (34,1%) e Espírito Santo (33,7%).

Em São Paulo, a Secretaria de Educação ampliou o número de vagas para cursos profissionalizantes desde 2023, resultando em um aumento de 300% nas matrículas em dois anos.

“Somente neste ano, tivemos o ingresso de 145 mil estudantes em nove cursos técnicos. Isso representa um crescimento de 93% em relação a 2024 e mais de 300% em comparação com 2023. Ainda há espaço para crescer e estamos trabalhando em conjunto com outras instituições”, explica Silvana Alves de Oliveira, diretora da Educação Profissional da Secretaria de Educação.

Bolsas e estágios

O governo paulista também oferece bolsas para que os alunos façam estágios de seis meses em empresas. Silvana reforça que um dos principais desafios é ampliar o conhecimento sobre os cursos técnicos e romper com a ideia de que apenas o ensino superior garante um bom futuro. “Precisamos conversar com os jovens e mostrar que, ao terminar o ensino médio, eles já têm uma oportunidade real de entrar no mercado.”

Embora o ensino técnico tenha avançado, o país ainda está longe da meta prevista no Plano Nacional de Educação, que era atingir 4,8 milhões de matrículas até 2025. Atualmente, o número está em cerca da metade.

Diante disso, algumas empresas passaram a investir na capacitação técnica por conta própria. É o caso de uma empresa de tecnologia de São Paulo que remunera alunos para aprenderem uma profissão. “Capacitamos pessoas de 16 a 90 anos ao longo de um ano. Durante esse tempo, elas já atuam como nossas funcionárias, com a missão principal de estudar”, afirma Bira Padilha, CEO da IT Lean.

O salário inicial é de R$ 2 mil, podendo chegar a R$ 3.500 ao final do curso. Ex-atendente de telemarketing, Milena Regina Souza Silva se inscreveu em 2023 e hoje trabalha como programadora. “Antes eu não via perspectiva de carreira. Agora sei onde estou e onde quero chegar, com salário melhor e oportunidades reais.”

Gustavo da Silva Cristo, que era motoboy, também mudou sua vida com a formação técnica. Hoje, atua como desenvolvedor de software. “Além de ganhar quatro vezes mais, agora trabalho de casa. O mercado oferece muitas opções e oportunidades”, relata.

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