Defesa de ex-assessor de Bolsonaro nega relação com 'minuta do golpe'
Filipe Martins alega falta de provas e pede anulação da delação de Mauro Cid

Yumi Kuwano
A defesa do ex-assessor para assuntos internacionais de Jair Bolsonaro (PL), Filipe Martins, negou, em documento enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (10), que ele tenha ligação com a trama golpista para tomar o poder após as eleições presidenciais de 2022.
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O prazo para responder à denúncia feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR) se encerrava nesta segunda. Os advogados pedem a rejeição da denúncia por falta de provas e a anulação da delação do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid.
"Fala-se, assim, de um decreto que não existe, baseado apenas na palavra do delator. A acusação, portanto, é construída sobre uma cadeia suposições, ilações e inferências, todas originadas da palavra isolada de um delator pressionado, sem qualquer sustentação em elementos objetivos de prova", diz trecho do documento.
A defesa de Filipe Martins argumenta que o processo contra ele contém abusos, ilegalidades e inconsistências graves. Segundo os advogados, a acusação se baseia em suposições e em um delator, sem provas materiais ou documentais que comprovem as alegações.
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Além disso, o documento alega que a prisão preventiva, por mais de seis meses, em que foi considerado o risco de fuga, se configura abuso de autoridade.
De acordo com as investigações da Polícia Federal, Filipe Martins é um dos responsáveis pela elaboração da minuta de golpe de Estado no final do governo Bolsonaro.