Política

Crise na Venezuela pode voltar à pauta entre Brasil e EUA se o cenário regional se agravar

Durante encontro na Ásia, Lula surpreendeu Trump ao colocar o tema venezuelano na mesa e entregar documentos se colocando como possível negociador

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Presidente Lula durante reunião com presidente dos EUA, Donald Trump, em Kuala Lumpur, na Malásia | Reuters/Evelyn Hockstein
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Temendo que uma escalada na fronteira ou uma ação precipitada dos Estados Unidos gere efeitos desestabilizadores em toda a América do Sul, negociadores brasileiros não descartam tocar no tema da crise entre Venezuela e EUA com suas contrapartes norte-americanas na próximas semanas.

Em Kuala Lumpur, Lula e Trump determinaram pessoalmente que suas equipes preparassem um novo encontro em Washington, possivelmente nesta ou na próxima semana. A expectativa é que participem o vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. A COP30, que acontece em Belém nos próximos dias, não deve interferir na agenda.

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Durante o encontro na Ásia, Lula teria surpreendido Trump ao trazer o tema à mesa após encerrar os assuntos bilaterais. O presidente brasileiro defendeu a manutenção de uma região de paz e entregou um documento alertando para as consequências de uma intervenção militar. Segundo relato de fontes do governo brasileiro, Trump passou o papel aos assessores e pediu que o secretário de Estado, Marco Rubio, comentasse.

Rubio repetiu a posição tradicional americana, centrada na libertação de presos políticos e na proteção de cidadãos dos EUA. Apesar da fala, o Brasil continua considerando essa visão simplificadora e insiste que a situação exige uma abordagem mais ampla, já que, indicam: mesmo uma ação bem-intencionada pode agravar o quadro e gerar uma situação pior do que a atual.

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A diplomacia nacional teme impactos diretos sobre o Brasil, a Colômbia e o Caribe, caso a tensão se transforme em conflito aberto, com efeitos negativos para outras áreas.

Fato é que o governo brasileiro quer manter a Venezuela como pauta possível, mas sem permitir que o assunto substitua o foco principal: o avanço das negociações comerciais sobre tarifaço e o fim das sanções da Lei Magnitsky.

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