Ciro Nogueira atribui derrota de Bolsonaro nas eleições de 2022 também a aliados
Sem citar Roberto Jefferson e Carla Zambelli, ex-ministro da Casa Civil diz que casos midiáticos a uma semana do pleito prejudicaram ex-presidente
Em entrevista ao programa Perspectivas, do SBT News, o senador Ciro Nogueira (PP-PI) atribuiu a derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022, entre outros pontos, a dois episódios da campanha envolvendo aliados, mas sem citá-los diretamente: o ex-deputado Roberto Jefferson, que trocou tiros com a Polícia Federal (PF), e a deputada Carla Zambelli (PL-SP), que perseguiu, armada, um homem em São Paulo.
Ambos casos ocorreram em outubro, às vésperas do segundo turno. À época, Nogueira, que também ocupava o cargo de ministro da Casa Civil, era coordenador de campanha do ex-presidente Bolsonaro.
"Até eu posso ter cometido [erros]. O presidente cometeu. Por exemplo, a uma semana da eleição, nós tínhamos um louco jogando bomba, o que ligavam ao presidente, uma outra louca correndo atrás de uma pessoa em São Paulo, mas não o presidente, que fez um governo que eu me orgulho muito de ter participado", disse o senador ao apresentador e jornalista Leonardo Cavalcanti.
Sem citar nomes, Ciro se refere, primeiramente, ao ocorrido em 23 de outubro de 2022, quando o ex-deputado federal Roberto Jefferson atirou cerca de 50 vezes e arremessou três granadas de luz e som contra policiais federais que tinham ordem de prendê-lo. Na ocasião, dois agentes da PF tiveram ferimentos leves. Jefferson assumiu a autoria, mas disse que não tinha interesse de matar os agentes.
O ex-parlamentar aliado de Bolsonaro havia violado medidas da prisão domiciliar. Estava condenado desde agosto de 2021, no âmbito do inquérito das milícias digitais, que apura a existência de uma organização que produz, financia e distribui conteúdo com o objetivo de enfraquecer a democracia e atacar as instituições.
Já Zambelli, poucos dias após o episódio com Jefferson e a PF, em 29 de outubro, foi filmada sacando uma arma e perseguindo um homem no meio da rua, em São Paulo. Empunhando uma pistola, ela atravessou a alameda Lorena, nos Jardins, e seguiu em direção a um bar onde o alvo havia entrado.
As imagens viralizaram nas redes sociais, tiveram ampla cobertura da mídia e podem também ter prejudicado o ex-presidente na campanha à reeleição.