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Política

China critica tarifas dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros

Governo Lula afirma que deve reforçar alianças com países da Europa, da Ásia, da América do Sul e dos Brics

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A China criticou nesta segunda-feira (28) as tarifas de 50% anunciadas pelos Estados Unidos sobre as exportações brasileiras.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Guo Jiakun, declarou que o país está disposto a trabalhar com o Brasil e outros membros dos Brics e da América Latina para defender o sistema multilateral de comércio e proteger a justiça internacional.

Em resposta à medida adotada pelo governo de Donald Trump, o assessor especial do presidente Lula para assuntos internacionais, Celso Amorim, afirmou que o Brasil vai reforçar a aliança com os países dos Brics - grupo que inclui Índia, China e Rússia.

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Em entrevista ao jornal britânico Financial Times, Amorim também criticou a tentativa dos EUA de interferir em assuntos internos do Brasil, como o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmando que não há precedentes nem nos tempos coloniais.

Segundo o assessor especial, a estratégia agora é diversificar os destinos das exportações brasileiras, estreitando laços com países da Europa, da Ásia, da América do Sul e dos Brics. Atualmente, os 11 países que formam o bloco representam mais de 40% da economia mundial.

Apesar da China ser o principal parceiro comercial do Brasil, com mais de 94 bilhões de dólares em exportações no ano passado, o governo brasileiro nega qualquer intenção de favorecer Pequim na disputa comercial com os Estados Unidos.

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Para o ex-secretário de Comércio Exterior, Welber Barral, e advogado especializado em Comércio Exterior, o Brasil não deve focar exclusivamente na China como alternativa aos Estados Unidos.

"O Brasil não precisa ficar mais dependente da China. O Brasil tem que abrir outros mercados. Há vários mercados na Ásia que são grandes, com população crescente e enriquecendo, então o Brasil precisa abrir mercados, não centrar no mercado chinês", afirmou.

Barral destacou que o Brasil já avançou no trabalho de diversificação comercial com os Estados Unidos no passado, reduzindo a dependência econômica. "Há 20 anos, o Brasil exportava 25% de tudo para os Estados Unidos. Hoje, são apenas 12%, porque começamos um processo grande de diversificação de destinos. Esse processo tem que continuar. Ele não é rápido, ele não é fácil, mas precisa ser feito".

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