Vice-governadora admite "movimento ideológico" e "apagão na segurança" do DF durante ataques do 8/1
Vice-governadora do Distrito Federal concedeu entrevista ao SBT News nesta terça-feira (2)
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Em entrevista ao programa Perspectivas do SBT News, nesta terça-feira (2), a vice-governadora do Distrito Federal Celina Leão admitiu que um “movimento ideológico” na Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) teve impacto nos atos de 8 de janeiro.
“O que a gente percebe é que existia aqui dentro da PM local um movimento ideológico de um ou de outro. Existia também uma briga por comandos. Isso ficou claro também no inquérito, uma tentativa de um comandante assumir o cargo. Mas eu acho que a decisão do ministro Alexandre de Moraes [de soltar os três coronéis da PM] foi muito acertada”, disse.
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“Imagina para a gente, esses coronéis estavam presos em quartéis. Eu gastava oito policiais militares para fazer a escolta deles todo dia. Eles não podiam ficar juntos. Então com o retorno desses coronéis às suas residências, eles estão monitorados, vão continuar respondendo processo e no, final do processo, a gente vai ver qual é a responsabilidade de cada um deles”, acrescentou.
Celina Leão disse também que houve um apagão na segurança pública do Distrito Federal. Um dos motivos, segundo ela. seria a posse do ex-ministro da Justiça Anderson Torres no comando da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF), o que teria provocada mudanças em toda a pasta.
“O Anderson [Torres] mudou todo mundo de uma vez. Só que foi um erro. Você não pode pegar uma Secretaria de Segurança e mudar todo mundo. Mas ele fez questão de ser nomeado e trocar toda a cúpula de forma imediata, e isso foi um erro”, disse a vice-governadora.
Também, segundo Celina Leão, a escolha do ex-ministro de Bolsonaro para o comando da Segurança Pública pode ter prejudicado a interlocução com o governo federal por conta do “acirramento político” entre Lula e Bolsonaro. Para ela, o ideal seria um secretário "mais neutro".
“Metade do meu orçamento depende do governo federal. Toda minha segurança pública é paga com recursos do governo federal, metade da minha saúde e metade da minha educação também. Então eu não posso me dar ao luxo de ir para a lacração e de não discutir essas pautas com o governo”, disse.