Brasil condena aprovação de novos assentamentos israelenses na Cisjordânia
Governo brasileiro critica decisão de Israel e reforça apoio à solução de dois Estados com base nas fronteiras de 1967

Gabriela Tunes
O governo brasileiro condenou, neste domingo (1), "nos mais fortes termos" a decisão do governo de Israel de aprovar a criação de 22 novos assentamentos na Cisjordânia, território considerado parte integrante do Estado da Palestina. O anúncio foi feito por Israel na última sexta-feira (30).
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Segundo o Itamaraty, a medida representa uma violação flagrante do direito internacional e contraria o parecer consultivo da Corte Internacional de Justiça, de 19 de julho de 2024, que classificou como ilícita a presença contínua de Israel em territórios palestinos ocupados. A Corte também determinou que o país deve interromper imediatamente a expansão dos assentamentos e remover os moradores já instalados nessas áreas.
De acordo com uma nota divulgada pelo Ministério de Relações Exteriores, "o Brasil repudia as recorrentes medidas unilaterais tomadas pelo governo israelense, que, ao imporem situação equivalente a anexação do território palestino ocupado, comprometem a implementação da solução de dois Estados".
O Itamaraty explicou que o Brasil reafirmou seu compromisso histórico com a criação de um Estado Palestino independente, viável e soberano, com fronteiras definidas a partir das linhas de 1967, incluindo a Cisjordânia, a Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental como capital, convivendo em paz e segurança ao lado de Israel.
O anúncio
Na sexta-feira (30), Israel anunciou a criação de 22 novos assentamentos judaicos na Cisjordânia ocupada, medida que tende a agravar ainda mais o isolamento diplomático do país em meio à guerra em Gaza.
A decisão representa a maior expansão de colônias israelenses na Cisjordânia desde os Acordos de Oslo, firmados na década de 1990, nos quais Israel havia se comprometido a não estabelecer novos assentamentos em território palestino.
A medida gerou forte reação de diversos países e pode acirrar as tensões com a comunidade internacional, que já vem criticando duramente a política de ocupação israelense e as ações militares em Gaza.