Bolsonaro teria mecanismos para conduzir suposto golpe e não o fez, diz defesa de Bolsonaro
Paulo Bueno, que divide defesa com Celso Vilardi, disse que não é possível acreditar que há um elemento que aponte Bolsonaro a um ato violento

Gabriela Vieira
Rafaela Vivas
O advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Paulo Bueno, disse nesta quarta-feira (3), durante o segundo dia de julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), que ele teria mecanismos para conduzir o golpe, mas não foi em frente.
"Não há como sustentável que o referido projeto (de golpe), ainda que imaginativo, não tenha ido adiante por fator alheio à vontade do ex-presidente. Ele teria mecanismos para conduzir este suposto projeto e não o fez", disse.
Ainda, Bueno afirmou que por mais que exista uma denúncia robusta "não é possível acreditar que em algum momento há um elemento que aponte Bolsonaro a um ato violento ou um ato de grave ameaça".
"O protocolo de uma ação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), é um ato de violência ou grave ameaça ou algum crime? Uma reunião com comandantes de força onde se discutiram mecanismos constitucionais é um ato de violência ou grave ameaça? Evidentemente que não", acrescentou
O advogado do ex-presidente, Celso Vilardi, também discursou nesta quarta-feira (3). Na ocasião, ele defende que não existe uma "única prova" fundamentada contra Jair Bolsonaro.
Acusação
Bolsonaro é acusado de editar e aprovar uma minuta golpista. Segundo a PGR, o ex-presidente apresentou o documento para os comandantes das Forças Armadas e chegou a pressioná-los para aderir ao plano de golpe.
No entanto, Cunha Bueno disse que, apesar de ter discutido a possível decretação de um estado de defesa ou de sítio, Bolsonaro não seguiu com a ideia, que teria que ser aprovada por um conselho.
"Em momento algum o ex-presidente deu início aos protocolos, e protocolos extremamente rígidos, para instalação, para a convocação do estado de defesa e estado de sítio", afirmou.
+Defesa de Bolsonaro diz que não existe uma "única prova" contra o ex-presidente