Alckmin defende diálogo para governo resolver impasse sobre reoneração com o Congresso
Vice-presidente participou do programa Bom Dia Ministro, da EBC, nesta quarta-feira (7), e falou sobre o embate
O vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, disse, nesta quarta-feira (7), que acredita no diálogo como forma de chegar a um consenso com o Congresso Nacional sobre a medida provisória da reoneração da folha de pagamento a 17 setores da economia. No entanto, segundo ele, as negociações devem ficar para depois do Carnaval.
Alckmin mencionou o objetivo do governo de atingir déficit zero nas contas públicas em 2024 e afirmou que na proposta do governo a desoneração seria destinada somente aos 17 setores, mas os parlamentares incluíram os municípios. Segundo Geraldo, os custos serão de R$ 18 bilhões para os cofres públicos.
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“Quando eu digo que vou abrir mão de R$ 9 bilhões, tenho que dizer o que vou cortar ou o que vou aumentar de impostos para poder compensar”, disse Alckmin.
O ministro reforçou ainda que o diálogo é o caminho para chegar a um bom termo sobre o tema.
“O governo fez a proposta, de voltar com a desoneração da folha, não para os 17 setores, um pouco menos, e de maneira gradual. Eu acredito no diálogo. Passado o Carnaval, retomam-se as negociações e vamos buscar uma boa solução para que a economia possa crescer mais forte, assim como no ano passado, e de maneira sustentável.”
Durante a sessão de abertura do ano Legislativo nesta segunda-feira (5), o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), foi contundente ao dizer que o Congresso não irá “revisar” matérias já apreciadas pelo poder Legislativo. No fim do ano passado, o Congresso aprovou um projeto de lei para prorrogar a desoneração da folha de pagamentos até 2027.
O texto recebeu veto do presidente Lula, que foi posteriormente derrubado pelos parlamentares em sessão do Congresso.
“Vamos aprovar sempre o que for importante para o Brasil e para os brasileiros, mas não nos permitimos revisar matérias chanceladas por este Congresso Nacional. Não aprovaremos retrocessos de qualquer natureza. O Brasil pede para seguir em frente. E não podemos olhá-lo através de um retrovisor. Temos pressa em crescer”, disse o presidente da Câmara.