"Mandei, qual o problema?", diz Bolsonaro a jornal sobre disparo de fake news
Ex-presidente foi abordado pela Folha de São Paulo durante voo para a capital paulista
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) confirmou nesta 4ª feira (23.ago) ao jornal Folha de São Paulo o conteúdo da mensagem enviada ao empresário Meyer Nigri com fake news sobre o processo eleitoral.
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"Eu mandei para o Meyer, qual o problema? O Barroso tinha falado no exterior, eu sempre fui um defensor do voto impresso", disse, se referindo ao ministro do Supremo Tribunal Federal, que era presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e havia falado sobre a derrota da proposta do voto impresso na Câmara, em 2021.
A troca de mensagem entre Bolsonaro e o empresário levou a Polícia Federal a intimar o ex-presidente para explicar a difusão de mentiras sobre o processo eleitoral brasileiro.
De acordo com a Folha, Bolsonaro conversou rapidamente com a reportagem do jornal durante voo de Brasília para São Paulo, que decolou às 6h24. O ex-presidente estava acompanhado de um segurança, respondeu apenas a uma pergunta e não permitiu ser gravado.
Sobre o depoimento à PF, marcado para o proximo dia 31, disse apenas: "Eu vou lá explicar". A polícia quer ouvi-lo especificamente por conta da difusão de conteúdo associado a fake news, objeto da investigação no Supremo tribunal Federal.
Na conversa encontrada na investigação, Bolsonaro recomenda que se "repasse ao máximo" o conteúdo. No entanto, ele nega que fazia parte do grupo dos empresários para o qual, segundo a PF, Nigri repassou as mensagens em que criticava ministros do STF e do TSE, com acusações de interferência no processo eleitoral por terem se manifestado contra a volta do voto impresso.
A mensagem completa diz o seguinte: "O ministro Barroso faz peregrinação no exterior sobre o atual processo eleitoral brasileiro, como sendo algo seguro e confiável. O pior, mente sobre o que se tentou aprovar em 2021: o veto impresso ao lado da urna eletrônica, quando ele se reuniu com lideranças partidárias e o Voto Impresso foi derrotado. Isso chama-se INTERFERÊNCIA".
"Todo esse desserviço à Democracia dos 3 ministros do TSE e STF faz somente aumentar a desconfiança de fraudes preparadas por ocasião das eleições. O Datafolha infla os números de Lula para dar respaldo ao TSE por ocasião do anúncio do resultado eleitoral. REPASSE AO MÁXIMO", diz o texto.
O ex-presidente se recusou a falar com a Folha sobre outros temas, como a questão das joias sauditas que foram revendidas por seu então ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid, que está preso.
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