Ex-governador do TO é condenado por uso de bloqueador de sinais
Mauro Carlesse usava aparelho no próprio gabinete durante mandato. Equipamento foi encontrado durante operação da PF
Beatriz Cripa
O ex-governador do Tocantins, Mauro Carlesse, foi condenado por usar bloqueador de sinais sem autorização dentro de gabinete durante o mandato. A sentença condenou Carlesse por desenvolver atividades clandestinas de telecomunicação, sem homologação da Anatel, após encontrar o aparelho no gabinete principal do Palácio Araguaia, sede do governo, em Palmas.
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Além de ter que pagar uma uma de cerca de R$ 90 mil, o ex-governador foi condenado a não ocupar cargo público por dois anos. A defesa de Carlesse alegou que o equipamento tinha sido deixado pelo mandatário anterior, mas os argumentos não foram aceitos, pois as testemunhas eram diretamente subordinadas ao então governador.
"As provas produzidas em audiência de instrução deixaram claro que o aparelho já estava no gabinete quando assumiu o governo. Respeitamos a decisão, mas recorreremos", afirmou o advogado Juvenal Keyber, que representa Carlesse.
Em outubro de 2020, o governador foi alvo de duas operações da Polícia Federal. Uma delas teve como objetivo desarticular uma organização criminosa dentro da secretaria de Segurança Pública do Estado, que teria obstruído investigações, e a outra que procurou desmantelar esquemas de propina ligados ao Plano de Saúde dos Servidores do Estado de Tocantins (Plansaúde) e uma estrutura para lavagem de dinheiro.
Carlesse já estava afastado temporariamente do cargo desde 2021 por determinação do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), que justificou a suspensão como tempo necessário para reunir provas, "resguardar o cumprimento da lei penal, preservar a segurança de testemunhas e garantir a retomada das atividades normais" no Estado.
Desde seu afastamento, o cargo de governador vinha sendo exercido por Wanderlei Barbosa (Republicanos).
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