Para Bolsonaro, CPI do MEC é oportunidade para campanha contra o governo
Presidente classificou as denúncias que fundam o requerimento como "assunto enterrado"
Camila Stucaluc
O presidente Jair Bolsonaro (PL) comentou pela primeira vez sobre a possível instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Ministério da Educação. Durante evento realizado pela Confederação Nacional da Indústria, na 4ª feira (29.jun), o chefe de Estado disse que a investigação caracteriza um "mar de oportunidades" para a oposição fazer campanhas contra o governo.
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"Olha uma CPI quase saindo aí de um assunto que parece estar enterrado. Parece. Mas, quando se abre uma CPI, abre-se um mar de oportunidades para oportunistas fazerem campanha contra a gente", disse Bolsonaro.
O requerimento para a criação da Comissão foi protocolado pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e prevê apurar o suposto favorecimento de pastores evangélicos na distribuição de verbas do ministério, que resultou na prisão do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, bem como dos pastores denunciados. No dia seguinte, no entanto, os três foram liberados mediante decisão judicial.
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Após se reunir com o senador, o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), levantou a possibilidade de instalar apenas uma CPI em relação ao Ministério da Educação, isto é, juntar a pedida por Randolfe com a CPI das Obras Inacabadas, do senador Carlos Portinho (PL-RJ). No último caso, a investigação refere-se às obras públicas iniciadas e não concluídas pela pasta entre 2006 e 2018.