No aniversário do PT, Lula elogia Dilma e critica governo Bolsonaro
Petista classificou o legado do PT como "muito mais importante" do que eventual erro da sigla
Em discurso na cerimônia de aniversário de 42 anos do Partido dos Trabalhadores (PT), na noite desta 5ª feira (10.fev), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva elogiou a ex-presidente Dilma Rousseff, enalteceu o legado do PT para o Brasil e criticou o governo de Jair Bolsonaro (PL).
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Segundo Lula, "poucas vezes este país teve uma mulher da qualidade moral, ética e competência técnica da Dilma, e a Dilma é uma das grandes injustiçadas que a elite brasileira resolveu escolher, com todas as críticas possíveis, para poder criminalizar o PT". Ainda de acordo com o petista, as pessoas que "destruíram o Brasil tentam jogar nas costas dela e nas costas do PT a quebradeira do país". Lula afirmou que a sigla não pode deixar seus inimigos e conservadores, entre outros, falarem mal da ex-presidente e negou a existência de qualquer divergência entre ele e ela: "o que existe entre eu e você é uma relação de confiança que poucas vezes existiu entre políticos nesse país".
Falando especificamente sobre o Partido dos Trabalhadores, o ex-presidente disse ter sido este responsável por fazer o que "nenhum outro partido, em qualquer momento da história, jamais foi capaz de realizar". "Foram tantos acertos, que os conservadores desse país se viram obrigados a dar um golpe e derrubar a primeira mulher eleita presidenta do Brasil. E depois, no golpe dentro do golpe, impediram que o primeiro operário a chegar à Presidência disputasse novamente - e vencesse - a eleição de 2018. Fizeram o Brasil recuar no tempo, e trouxeram de volta todos os flagelos que havíamos conseguido derrotar", acrescentou, se referindo ao impeachment de Dilma e a sua prisão em processo no âmbito da Operação Lava Jato.
Ele classificou o legado do PT como "muito mais importante" do que eventual erro da sigla e chamou a legenda de "o partido do amor". "Do amor ao Brasil e ao povo brasileiro". Em grande parte de sua fala, discorreu sobre a importância desse sentimento. Em determinado momento, pontuou: "o amor e o ódio caminharam lado a lado na história da humanidade. Precisamos, mais do que nunca, fazer com o que a amor prevaleça". Porém, disse Lula, a "ganância e o individualismo estão destruindo o planeta". Além disso, afirmou, apesar de a humanidade estar mais próspera do que nunca, os seres humanos nunca haviam estado "tão solitários e desiguais".
O ex-presidente se referiu ainda à internet como "umas das mais extraordinárias invenções da humanidade", mas ponderou que ela vem sendo utilizada para "propagar a ignorância e o negacionismo, e disseminar o ódio, o racismo, o machismo, a homofobia e todas as formas de preconceito". "E também para espalhar mentiras e desinformação, inclusive contra as vacinas, que a inteligência humana foi capaz de criar para salvar milhões de vidas. Numa das tristes ironias do nosso tempo, a internet - esse grande avanço da ciência -, tem sido usada para desacreditar a própria ciência", completou. Lula acusou o governo Bolsonaro de ser responsável pelo fato de mais de 630 mil brasileiros terem morrido vítimas da covid-19, ao ter uma "atitude criminosa" e negar a ciência.
Encaminhando o discurso para o final, disse que o "PT precisa governar de novo, para provar que a classe trabalhadora sabe cuidar desse país melhor do que ninguém". De acordo com ele, nas gestões petistas, diferentemente de agora, o país era respeitado internacionalmente e investia em áreas como agricultura familiar, cultura e ciência, e a população fazia três refeições por dia e tinha educação e saúde "de qualidade", além de "emprego com salário digno e carteira assinada". Itens esses que, falou, serão retomados em um eventual novo governo.
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