Bolsonaro pede desculpas e diz que fala sobre imigrantes "foi um equívoco"
Em entrevista ao canal norte-americano Fox News, o presidente afirmou que os imigrantes nos EUA "têm más intenções".
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Nesta terça-feira (19), após o seu primeiro compromisso do dia, uma reunião com o Secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Jair Bolsonaro falou brevemente com a imprensa, ocasião que usou para se desculpar por sua fala a respeito dos imigrantes dos Estados Unidos.
A declaração polêmica foi feita durante uma entrevista concedida na noite desta segunda-feira (18) ao canal americano Fox News. Questionado a respeito da construção do muro na fronteira dos Estados Unidos com o México, o presidente brasileiro afirmou apoiar a decisão de Donald Trump já que "a maioria dos imigrantes não tem boas intenções".
Quando questionado a respeito de sua fala e da consequente repercursão negativa dela, Jair Bolsonaro declarou: "Aquilo foi um equívoco meu. Boa parte tem boas intenções. A menor parte não. Houve um equívoco da minha parte, peço desculpas aí. Agora, tem muita gente que está de forma ilegal aqui e isso é uma questão de política interna deles, né? Não é nossa. Eu também gostaria que no Brasil só tivesse estrangeiros legalizados e não como existe muita gente na situação (ilegal) no Brasil. Me desculpe mais uma vez o equívoco, o ato falho que cometi no dia de ontem."
Bolsonaro ainda destacou os acordos fechados com o governo norte-americano, citando como exemplo aquele que se refere ao uso comercial da Base de Alcântara para o lançamento de satélites americanos. Afirmou ainda, com entusiasmo, que muitas portas foram abertas. "Acredito que o Brasil selou um momento de grandes coisas para a nossa pátria", completou.
Com relação ao apoio americano à entrada do Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, o presidente ressaltou que esta é uma antiga demanda dos empresários brasileiros e que Trump se disse pronto a apoiar o país a conquista o seu lugar na OCDE.
Jair Bolsonaro ainda rebateu críticas a respeito das concessões feitas nos acordos, negando que o Brasil tenha "cedido demais" aos EUA e recebido pouco em retorno. "Alguém tem de estender o braço em primeiro lugar, né? Estender a mão em primeiro lugar. E fomos nós", disse.
Dentre os temas abordados estava a não reciprocidade na isenção de vistos de turista aos brasileiros. "A gente não vê nenhum americano indo para o Brasil para ganhar aí estabilidade via CLT, buscar emprego lá", justificou Bolsonaro.
Por fim, o presidente brasileiro se recusou a dizer o que foi tratado sobre a crise política e econômica na Venezuela, mas, afirmou com veemência que a diplomacia brasileira está "em primeiro lugar até as últimas consequências".
Porém, mais cedo, no mesmo dia, Jair Bolsonaro não descartou o apoio a uma eventual intervenção militar dos EUA no país sob o regime ditatorial de Nicolás Maduro.