Smart Sampa completa seis meses com mais de 2 mil presos e 1,2 mil foragidos capturados
Sistema de câmeras inteligentes da capital paulista também ajudou a esclarecer crimes e localizar desaparecidos

Fernanda Trigueiro
O Smart Sampa, sistema de câmeras inteligentes implantado na capital paulista, completou seis meses de operação. De acordo com o relatório de transparência do programa, entre os dias 21 de novembro e 21 de maio, foram efetuadas 2.496 prisões, com a captura de 1.280 foragidos da Justiça.
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O programa, da prefeitura da cidade, é uma estratégia para combater a criminalidade. A base de operações está localizada em uma central de monitoramento no centro histórico da cidade, onde cerca de 250 agentes da Guarda Civil Metropolitana (GCM) e da Defesa Civil trabalham 24 horas por dia monitorando as ocorrências em tempo real.
O sistema utiliza inteligência artificial para identificar suspeitos e vigiar áreas estratégicas. São mais de 31.323 câmeras espalhadas pela cidade. O objetivo principal é garantir respostas rápidas a crimes e emergências, além de auxiliar nas buscas por pessoas desaparecidas — 68 delas já foram localizadas.
O Smart Sampa funciona em parceria com o Samu, o Corpo de Bombeiros, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), além das polícias Civil e Militar.
“Ninguém foi preso por questão de inconsistência, o que mostra que a tecnologia avançada é também eficiente”, disse o prefeito Ricardo Nunes. Segundo ele, o sistema também contribui para ações de zeladoria e preservação urbana, embora a segurança pública seja o foco principal.
Esclarecimento de crimes
Desde o início da operação, as câmeras ajudaram no esclarecimento de 275 crimes. Entre os casos mais emblemáticos está o assassinato da professora Fernanda Bonin, morta a mando da companheira; o latrocínio do arquiteto Jefferson Dias Aguiar, após atropelar um assaltante no Butantã; e o caso do ciclista Vitor Medrado, morto no Parque do Povo, zona oeste da capital.
No caso de Medrado, ocorrido em 13 de fevereiro, os criminosos foram identificados e presos com base nas imagens e nas placas da moto usadas na ação, captadas pelo sistema.
Assaltos com moto
Diante do aumento de casos de assaltos cometidos por motociclistas e falsos entregadores, o prefeito apresentou um novo projeto para retomar a colocação de lacres nas motos. O documento foi assinado por Nunes e será enviado ao Ministério dos Transportes. “Bandidos hoje usam duas armas: a arma de fogo e a moto”, afirmou.