Seguranças investigados por morte de empresário em Interlagos não estavam em lista entregue à polícia de SP
Investigação apura se vigilantes teriam ligação com morte de Adalberto Amarílio Júnior; empresa omitiu nomes de funcionários
Simone Queiroz
Majô Gondim
A polícia investiga a participação de três seguranças, entre eles, um lutador de jiu jítsu, no assassinato do empresário Adalberto Amarillio Junior, no autódromo de interlagos, em São Paulo. Os nomes deles não estavam na lista entregue pela empresa responsável pelo evento, mas, segundo a polícia, os vigilantes estavam lá, no dia do crime.
Leandro Thallis, de 45 anos, é lutador de jiu-jítsu e tem antecedentes criminais por furto, ameaça e associação criminosa. Ele atuava como encarregado pela empresa de segurança contratada para um evento no Autódromo de Interlagos, em 30 de maio, data em que o empresário Adalberto Amarílio Júnior foi assassinado.
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Apesar do cargo de comando, o nome de Leandro não constava na lista de funcionários fornecida pela empresa aos investigadores do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). A omissão fez com que ele se tornasse investigado pelo crime.
Além do lutador, outros dois seguranças também não foram citados na lista original, mesmo estando no local, e, estranhamente, segundo a polícia, não compareceram ao evento no dia seguinte.
“O que traz bastante estranheza é a gente conseguir uma lista através da investigação que não bateu com a lista que a empresa forneceu, justamente dos encarregados que tinham poder de mando. A empresa não cooperou nesse sentido", firmou o delegado Osvaldo Nico, secretário executivo de Segurança de São Paulo.
Segundo o Nico, os investigadores conseguiram, por meio de outra fonte, colocar o suspeito no cenário. "Tecnicamente a gente sabe que eles estavam lá”.
A delegada Ivalda Aleixo, chefe do DHPP, pondera que, por enquanto, os seguranças são investigados. "A gente não consegue apontar essa autoria. Até seria leviano, até profissional foi esse, mas com certeza alguma coisa eles têm pra falar”, complementa.
Ao todo, três seguranças e um representante da empresa onde trabalham de compareceram ao DHPP. Por orientação da defesa, não prestaram depoimento.
Durante o cumprimento de mandados de busca, a polícia apreendeu sete celulares e cinco computadores. A expectativa é de que mensagens e arquivos, mesmo que apagados, possam compensar o silêncio dos envolvidos.
Outros funcionários da empresa, ouvidos anteriormente na investigação, também entregaram celulares com arquivos deletados. No caso de Leandro, ele só foi liberado após pagar fiança de cerca de R$ 2.000. É que Na casa dele, foram encontradas 21 munições de revólver calibre 38, embora ele não tenha porte de arma.
Relembre o caso
O empresário Adalberto Amarílio Júnior, de 35 anos, teve o corpo encontrado num buraco, quatro dias após o crime. Ele estava sem a calça e os sapatos. A área em obras pertencente ao kartódromo, local que deveria estar fechado e ao qual não deveria ter acesso. O carro da vítima foi encontrado pela esposa no mesmo fim de semana. O veículo não apresentava sinais de arrombamento e nada foi levado. A perícia identificou uma mancha de sangue dentro do carro, pertencente a uma mulher, e que seria anterior ao crime.