Sargento da PM de folga mata feirante por engano no Rio
Pedro Henrique foi atingido por tiros enquanto se preparava para trabalhar
Lívia Mendonça
Um feirante foi morto a tiros por um policial militar na Praça Panamericana, na Penha, zona norte do Rio de Janeiro. O crime aconteceu quando Pedro Henrique Dantas, de 20 anos, se preparava para mais um dia de trabalho.
Segundo testemunhas, a esposa do policial alegou ter sido assaltada na feira momentos antes e apontou Pedro como o autor do crime. Sem que ele tivesse qualquer chance de defesa, o PM disparou contra o jovem, que foi atingido nas costas e na perna. Pedro morreu no local.
Um vídeo gravado logo após os disparos mostra a comoção dos colegas de feira. Uma amiga de trabalho registrou imagens do policial dentro da viatura, com o vidro fechado, tentando esconder o rosto. Ela ainda afirma que outra colega foi agredida pelo agente.
Testemunhas relataram que o policial chegou com a esposa e já desceu atirando. "Cada um correu para um lado. O Pedro correu para a praça e ele saiu atirando nele, dizendo que ele era o assaltante. Onde já se viu? Um trabalhador de 20 anos, que acorda cedo para trabalhar, morto por um sargento da polícia. Isso não é policial, é marginal", disse uma das pessoas que presenciaram o crime.
Durante a chegada do policial à Delegacia de Homicídios da Capital, familiares de Pedro se revoltaram, gritando "assassino". A Polícia Militar e agentes da Corregedoria também acompanharam a condução do agente e da esposa, que foi ouvida na delegacia.
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Em nota, a Polícia Militar informou que agentes do 16º BPM (Olaria) foram acionados para o local e que o PM envolvido confirmou ter efetuado os disparos. A corporação declarou que não compactua com excessos e crimes cometidos por seus integrantes e que punirá com rigor os responsáveis, caso os fatos sejam comprovados.
Pedro trabalhava com o pai, Jailton, que há 40 anos atua em feiras e há uma década vende pastel e caldo de cana na Penha. Ele estava orgulhoso por ver o filho seguindo seus passos.