Roubos de joias de ouro seguem em alta em São Paulo e alimentam mercado ilegal
Disparada do valor do metal precioso impulsiona a criminalidade; parte das peças roubadas é revendida em comércios clandestinos
SBT Brasil
Os roubos de joias continuam em patamar elevado no estado de São Paulo. Entre janeiro e agosto deste ano, a polícia registrou 5.130 casos de furtos e assaltos em residências, uma redução de 10,7% em relação ao mesmo período do ano passado. Apesar da queda, o número ainda preocupa as autoridades.
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Os criminosos não atuam apenas nas ruas. O brilho das joias também atrai invasores para dentro das casas. Na zona oeste da capital, quatro homens armados invadiram uma mansão, fizeram uma babá e uma criança reféns, vasculharam todos os cômodos e fugiram levando joias e objetos de valor.
Segundo o delegado André Pereira, boa parte das peças roubadas acaba sendo direcionada a comércios ilegais que derretem o ouro e o reintroduzem no mercado.
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Uma equipe do SBT Brasil percorreu estabelecimentos que compram ouro e constatou a facilidade em encontrar locais dispostos a negociar sem exigir nota fiscal ou comprovação de origem. Intermediários também abordam possíveis vendedores, oferecendo pagamentos imediatos em dinheiro ou Pix, sem qualquer controle.
Enquanto isso, o comércio legalizado tenta se proteger. Joalheiros relatam que estão cada vez mais rigorosos quanto à procedência do material. Muitos se recusam a comprar ouro de desconhecidos, com receio de serem acusados de receptação.
O joalheiro Fábio Alexandre Honório reforça a importância da cautela.
“Todo mundo diz que é joia de família, que a correntinha quebrou e quer derreter pra fazer outra peça. Mas a gente não pega, só com nota mesmo. Tenho dez anos de mercado e só compro de fornecedores que conheço, porque sei que é de procedência”, afirmou.









