Rio de Janeiro adota o sistema Alerta Amber para encontrar crianças desaparecidas
Novo recurso envia notificações em redes sociais sobre desaparecimento de crianças e adolescentes em um raio de até 160 quilômetros
O Rio de Janeiro implementou o Alerta Amber, um sistema criado nos Estados Unidos, que ajuda na busca de crianças e adolescentes desaparecidos. O recurso, já usado em vários países, emite notificações instantâneas em redes sociais como Facebook e Instagram, para alertar pessoas em um raio de até 160 quilômetros do último local onde a vítima foi vista.
Marize Araújo está há mais de nove meses sem notícias do filho Edson Davi, de seis anos, que desapareceu enquanto brincava próximo à barraca de seus pais em uma praia carioca. A Polícia Civil acredita que ele tenha se afogado, mas Marize tem outra opinião. "Não tenho dúvida de que meu filho foi raptado", afirmou a mãe.
Com o Alerta Amber, qualquer usuário dessas redes sociais na região pode receber o aviso de desaparecimento. As mensagens, que incluem nome e foto da criança, ficam ativas por 24 horas. A ação é uma parceria entre a Secretaria Nacional de Segurança Pública e a empresa responsável pelo gerenciamento do Facebook e Instagram.
Os dados sobre o desaparecimento são enviados para o Ministério da Justiça, que faz a comunicação com a empresa de redes sociais após a avaliação do caso em uma delegacia especializada. Segundo a delegada Ellen Souto, para que o alerta seja ativado, a criança precisa estar sob risco de morte ou violência grave, e o desaparecimento deve ser recente.
Com o Rio de Janeiro, já são 15 estados brasileiros que adotam o Alerta Amber. Em São Paulo, o sistema deverá entrar em operação até o final deste ano.
O Alerta Amber surgiu nos Estados Unidos em 1996, em homenagem a Amber, uma menina de nove anos que foi sequestrada e assassinada no Texas. Uma testemunha viu quando Amber foi retirada de sua bicicleta por um homem e colocada dentro de um caminhão. O corpo da criança foi encontrado quatro dias depois.
No Brasil, o coordenador do sistema, Alessandro Barreto, destaca que a comunicação rápida aumenta as chances de encontrar a criança a salvo. Ele menciona o caso de um bebê de dois meses no Ceará, que foi encontrado e devolvido à mãe duas horas após o alerta ser emitido.