Presidente do Solidariedade é alvo de operação da PF que investiga desvio de R$ 36 milhões nas eleições de 2022
Agentes cumprem sete mandados de prisão preventiva e 45 de busca e apreensão; quantia teria sido desviada dos fundos partidário e eleitoral
O presidente nacional do partido Solidariedade, que se fundiu com o antigo Pros, Eurípedes Gomes de Macedo Júnior, é um dos principais alvos da operação Fundo do Poço, da Polícia Federal (PF), nesta quarta-feira (12). A força-tarefa investiga desvios dos fundos partidário e eleitoral que chegam a R$ 36 milhões nas eleições de 2022. Gomes Júnior ainda não foi localizado pelos agentes.
As investigações começaram após denúncia do então presidente da legenda contra um ex-dirigente do Pros, Gomes Júnior, suspeito de desviar essa quantia. A PF cumpre sete mandados de prisão preventiva e 45 de busca e apreensão no Distrito Federal, em Goiás e São Paulo.
Foram presos até o momento:
- Cintia Lourenço da Silva, primeira tesoureira do Solidariedade;
- Alessandro, conhecido como Sandro do Pros, candidato a deputado federal nas eleições de 2022;
- Bruno Aurélio Rodrigues da Silva Pena;
- Felipe Antônio Espírito Santo;
- Fabrício George Gomes dos Santos;
- Jarmisson Goncalves de Lima.
Um dos alvos da PF, o ex-deputado distrital Berinaldo da Ponte sofreu busca e apreensão.
A Justiça Eleitoral do DF também determinou bloqueio e indisponibilidade de R$ 36 milhões e sequestro de 33 imóveis. O SBT News procurou a assessoria do Solidariedade, que se manifestou em breve nota:
"Esses são fatos ocorridos antes da união do Pros com o Solidariedade, estamos tomando pé da situação e ainda não temos uma posição sobre os fatos".
Quem é Eurípedes Gomes Júnior?
Segundo biografia em perfil oficial no Facebook, Gomes Júnior tem 49 anos e passou infância e adolescência no interior de Goiás.
Foi vereador em Planaltina (GO), cidade a cerca de 60 km de Brasília, e fundou o Pros, partido que teve registro emitido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2013. Nas eleições de 2014, concorreu a deputado federal e alcançou a segunda suplência.
Candidatos "laranjas" e empresas de fachada
Segundo a PF, relatórios de inteligência financeira e de análise de prestação de contas de supostos candidatos apontaram indícios de "organização criminosa estruturalmente ordenada com o objetivo de desviar e se apropriar de recursos do Fundo Partidário e Eleitoral".
Por meio de "laranjas" em diversas partes do Brasil, suspeitos faziam superfaturamento de serviços de consultoria jurídica e de recursos destinados à Fundação de Ordem Social (FOS) – fundação do partido.
A lavagem de dinheiro foi identificada pela PF por meio de empresas de fachada, aquisição de imóveis por pessoas interpostas e superfaturamento de serviços a candidatos "laranjas" e ao partido.
Ainda de acordo com a PF, suspeitos são investigados pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, furto qualificado, apropriação indébita, falsidade ideológica eleitoral e apropriação de recursos destinados ao financiamento eleitoral.