Policiais que faziam segurança privada durante o expediente em Belford Roxo (RJ) são presos
Operação do Ministério Público do Rio de Janeiro cumpre 11 mandados de prisão e 11 de busca e apreensão; PMs recebiam pagamento de "padrinhos"

Eduardo Coelho
Emanuelle Menezes
Pelo menos nove policiais militares foram presos em uma operação do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), na manhã desta terça-feira (1º), que mirou agentes que trabalhavam como seguranças privados de comerciantes, durante o expediente, na cidade de Belford Roxo, na Baixada Fluminense.
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De acordo com o Ministério Público, os crimes aconteceram entre 2021 e 2024 – período em que os investigados eram lotados no 39º BPM (Belford Roxo). Atualmente, parte dos policiais permanece na unidade, enquanto os demais estão no 12º BPM (Niterói), 15º BPM (Duque de Caxias), 20º BPM (Mesquita), no Batalhão de Policiamento em Áreas Turísticas (BPTur) e na Prefeitura de Belford Roxo.
Os agentes ofereciam o serviço para os donos dos estabelecimentos – que eram chamados de "padrinhos" – e, então, estabeleciam uma relação de dependência econômica entre eles, "comprometendo os princípios da legalidade, moralidade e isonomia no acesso à segurança pública", informou o MPRJ.
Entre os pontos comerciais identificados estavam restaurantes, lanchonetes, mercados, lojas, postos de combustíveis, depósitos, farmácias, clínicas, universidades, funerárias, serviços de mototáxi, transporte alternativo, feiras livres, festas populares e até um posto do Detran em Belford Roxo.

Pelo menos, dois alvos foram presos no município da Baixada Fluminense: um enquanto trabalhava no quartel; o outro, Rafael da Fonseca Carvalho, foi localizado em casa. Os investigadores também foram a endereços de Nova Iguaçu, também na Baixada; em Maricá, na Região Metropolitana; e nos bairros da Pavuna e Bento Ribeiro, na zona Norte da capital fluminense.
No total, são cumpridos 11 mandados de prisão e 11 de busca e apreensão, todos expedidos pelo Juízo da Auditoria da Justiça Militar. Os alvos da ação vão responder na Justiça pelo crime de organização criminosa.
A operação é realizada pelo Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (GAESP/MPRJ), com o apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ) e da Corregedoria-Geral da Polícia Militar (CGPM).