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Polícia investiga morte de paciente após possível transfusão com sangue errado em hospital no RS

Mulher de 59 anos tratava câncer de mama e teria recebido sangue do tipo AB em vez de O; hospital abriu investigação interna

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Hospital Universitário de Santa Maria | Foto: reprodução
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A Polícia Civil investiga a morte de uma mulher de 59 anos que pode ter recebido sangue incompatível durante uma transfusão no Hospital Universitário de Santa Maria (RS). Ela estava internada para tratamento de câncer de mama e teria recebido a transfusão no dia 6 de agosto. A paciente morreu no dia seguinte, 7 de agosto.

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Segundo o delegado Adriano de Rossi, a filha da vítima relatou que a mãe estava em uma maca no corredor do hospital, devido à falta de leitos. Após realizar exames com resultados considerados bons, uma enfermeira teria iniciado a aplicação de duas bolsas de sangue, informando que ajudariam na defesa do organismo.

"A gente vai ouvir o corpo clínico. Parece que era assistente. Vamos ouvir mais um médico e, dependendo do depoimento deles, a gente talvez amplie. O objetivo é entender qual é o procedimento em transfusão. Realmente, tem que conferir o nome. Não tem? Tudo isso a gente quer entender para ver se realmente foi o que a enfermeira fez de não conferir o nome", afirmou o delegado.

Cerca de dez minutos após o início da transfusão, a paciente passou mal, apresentando dificuldade para respirar e alteração nos batimentos cardíacos. Ela foi levada à sala de emergência e a filha foi informada pelo médico de que a mãe havia tido uma reação ao sangue, mas que seu estado era estável.

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Depois, a família foi avisada de que o sangue aplicado não era compatível e que havia líquido no pulmão da paciente, ela não tinha prescrição médica para receber a transfusão. O quadro se agravou, ela foi transferida para a UTI, mas não resistiu. Ainda segundo a polícia, a vítima tinha sangue do tipo O, mas recebeu sangue do tipo AB.

Uma pessoa do tipo sanguíneo O não pode receber sangue do tipo AB porque o corpo possui anticorpos anti-A e anti-B no plasma, que agem atacando as hemácias do sangue do tipo A, B e AB. O sangue do tipo AB contém os antígenos A e B nas hemácias, e o sistema imunológico como corpos estranhos, desencadeando uma reação de transfusão sanguínea.

A enfermeira responsável pela transfusão foi chamada a depor, mas permaneceu em silêncio. A investigação deve ouvir também médicos e outra enfermeira que estavam no atendimento. A Polícia Civil aguarda o resultado da necropsia para confirmar a causa da morte.

Em nota, o Hospital Universitário de Santa Maria informou que instaurou um processo interno para apurar as circunstâncias do caso. A instituição declarou colaborar com as autoridades e se solidarizou com os familiares.

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