PF mira quadrilha de golpes bancários que furtou R$ 1 milhão em um dia
Grupo criminoso distribuiu o valor entre aproximadamente 70 contas de "laranjas" espalhadas pelo país

Kenzô Machida
Warley Júnior
A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta terça-feira (1), a operação Tripeiros para desarticular uma quadrilha especializada em fraudes bancárias eletrônicas e lavagem de dinheiro. O grupo criminoso furtou cerca de R$ 1 milhão em um único dia, distribuindo os valores entre aproximadamente 70 contas de "laranjas" espalhadas pelo país.
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Como a quadrilha agia
Os criminosos utilizavam técnicas de "engenharia social" e "phishing" para realizar as fraudes. Por meio do acesso a dados dos clientes, criavam um site "clone" do banco e induziam as vítimas a acessá-lo. Com isso, obtinham credenciais bancárias e realizavam transferências fraudulentas.
Para enganar as vítimas, os golpistas criavam histórias convincentes, adaptadas a cada caso. Por exemplo, as vítimas eram informadas sobre supostos problemas na conta bancária e orientadas a acessar um link para solucioná-los. Outras recebiam mensagens falsas sobre cobranças urgentes ou promoções vantajosas. Assim que os dados eram inseridos no site falso, os criminosos realizavam transferências ilícitas.
No caso investigado, em questão de minutos, o dinheiro transferido de uma única conta, que totalizou quase R$ 1 milhão, foi distribuído para mais de 70 contas de "laranjas".
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A investigação, que durou um ano e meio, identificou os chefes da quadrilha, os operadores das fraudes e os responsáveis por recrutar os titulares das contas usadas no esquema. Durante esse período, os criminosos movimentaram mais de R$ 100 milhões por meio das fraudes. Os desvios financeiros ocorreram em várias unidades da federação, incluindo Bahia, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Pará, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins.
Nesta fase da operação, a PF cumpre 12 mandados de prisão preventiva, 19 mandados de busca e apreensão e ordens de sequestro de bens dos investigados. As ações ocorrem nos estados de São Paulo, Goiás, Santa Catarina e Ceará, com autorização da Justiça Estadual de São Paulo.
Os envolvidos poderão responder pelos crimes de lavagem de dinheiro, furto qualificado mediante fraude e organização criminosa.