PF mira brasileiros e russos suspeitos de lavagem de dinheiro com criptomoedas
Investigações começaram quando estrangeiros passaram a adquirir bens de alto padrão sem terem declarado fonte de renda estável ao entrarem no país
SBT News
A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta terça-feira (27), a operação Brianski, que investiga uma associação criminosa de brasileiros e russos em esquemas de lavagem de dinheiro com criptomoedas. Dez mandados de busca e apreensão foram cumpridos, sendo seis em Florianópolis (SC), dois em Goiânia (GO) e mais dois em Eusébio (CE).
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Investigações começaram quando cidadãos russos fixaram residência na capital catarinense. Os suspeitos passaram a integrar quadros societários de empresas, bem como a adquirir bens por meio de pagamentos em espécie.
Durante a apuração, a PF descobriu que eles haviam sido condenados na Rússia por crimes semelhantes.
Segundo a corporação, a lavagem de capitais foi operacionalizada por brasileiros a partir de empresas sediadas em Goiás. Movimentações dos investigados estrangeiros e da intermediação brasileira eram realizadas por transações de criptos.
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O dinheiro tinha origem em crimes ocorridos no exterior. Nas contas, os criptoativos foram recebidos e convertidos em moeda nacional.
"A origem dos valores na verdade vinha de exchanges, que são instituições que negociam criptomoedas, e era feito um processo chamado de mixer, ou mixagem, que é a junção de valores de criptomoedas de diversas pessoas, antes de passar para um outro indivíduo. Nas contas das exchanges deste integrante da organização criminosa, elas eram repassadas para operadores do sistema radicados em Goiânia. Transformavam em moeda nacional por meio de uma corretagem", explicou o delegado Cleo Matusiak Mazzotti.
Aos quatro principais investigados, em SC, foram decretadas medidas como monitoramento eletrônico, proibição de deixar o país e de transacionar criptoativos. Também foi determinado o sequestro de bens, tais como casas e apartamentos de alto padrão, terrenos e automóveis de luxo.
Além disso, foram decretados bloqueios de contas bancárias e de contas em exchanges, visando sequestro de valores em moeda nacional e de criptoativos.
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Caso condenados, os investigados podem cumprir pena de até 10 anos de reclusão e multa.