PF e Receita Federal miram suspeitos de lavagem de dinheiro com criptomoedas e bloqueiam R$ 9 bilhões
Segundo a Polícia Federal, dinheiro sem origem declarada era enviado para EUA e outros três países
Iris Tavares
Uma operação da Polícia Federal (PF) e da Receita Federal mira três grupos criminosos suspeitos de lavagem e envio de dinheiro sem origem declarada para Estados Unidos, Hong Kong, Emirados Árabes Unidos e China. Ao todo, estão sendo cumpridos oito mandados de prisão e 19 de busca e apreensão.
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Confira os endereços:
Segundo a PF, a Justiça Federal determinou ainda o bloqueio de valores em contas bancárias e criptomoedas dos investigados em mais de R$ 9 bilhões, além do arresto de veículos e imóveis.
"Para a execução da operação, foram mobilizados 130 policiais federais e 20 servidores da Receita Federal do Brasil... A investigação iniciou em setembro de 2021 e identificou que a atuação dos grupos criminosos contemplaria diversas camadas de operações financeiras. A partir da origem ilícita do recurso, principalmente de 'clientes' do tráfico de drogas e do contrabando, os grupos investigados se utilizariam de empresas de fachada e de outros mecanismos para dificultar o rastreamento do dinheiro pelas autoridades. Ao receber os valores, os grupos se encarregariam do envio dos recursos para o exterior por meio de criptoativos", detalha a PF sobre o esquema criminoso.
De setembro de 2021 a setembro de 2024, os suspeitos movimentaram mais de R$ 55 bilhões.
A ação foi batizada de Operação Niflheim, que significa "Lar da Névoa" na mitologia nórdica e faz alusão à atuação dos grupos investigados, que operam por meio de transações financeiras obscuras.
Se forem condenados, os investigados podem responder por lavagem ou ocultação de bens, crimes contra o sistema financeiro nacional, falsidade ideológica, associação criminosa, organização criminosa e crimes contra a ordem tributária.