PF abre inquérito para apurar fuga de presos da Penitenciária Federal de Mossoró
Comando da instalação foi substituído por ordem de Lewandowski; mais de 100 agentes procuram pelos fugitivos
A Polícia Federal instaurou, nessa quarta-feira (14), um inquérito para apurar a fuga de dois presos da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte. A ação atendeu à determinação do ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, que também exigiu a perícia na cela dos criminosos e no local por onde escaparam.
Esta é a primeira vez na história que há uma fuga registrada em um presídio federal. Os fugitivos foram identificados como Deibson Cabral Nascimento, de 35 anos, e Rogério da Silva Mendonça, de 33 anos, apontados como integrantes da facção criminosa Comando Vermelho. Ambos foram incluídos no Sistema de Difusão Laranja da Interpol.
Segundo Lewandowski, mais de 100 agentes federais trabalham na recaptura dos fugitivos, incluindo policiais rodoviários. A quebra de segurança fez com que o ministro afastasse o diretor da penitenciária. O cargo será ocupado por um policial penal federal, que estará acompanhado do secretário Nacional de Políticas Penais, André Garcia.
Prisões federais
O sistema penitenciário federal foi criado em 2006 com objetivo de combater o crime organizado e isolar lideranças criminosas e presos de alta periculosidade. Além de Mossoró, o sistema federal conta com presídios em Catanduvas (PR), Campo Grande (MS), Porto Velho (RO) e Brasília (DF), com capacidade para 208 presos em celas individuais.
Toda a infra-estrutura das unidades federais foi pensada para que rebeliões, tentativas de fuga e de resgate fossem integralmente descartadas. Para isso, os presídios são monitorados 24 horas por dia por cerca de 200 câmeras de segurança, que enviam imagens em tempo real para duas centrais de monitoramento nas próprias unidades.
Com a abertura das investigações, as autoridades pretendem apurar as circunstâncias da fuga dos presos de Mossoró. Enquanto espera a solução do caso, Lewandowski já determinou que fosse realizada "uma imediata e abrangente revisão" de todos os equipamentos e protocolos de segurança nas cinco penitenciárias federais do país.