Mulher morre após aplicação clandestina de silicone industrial no RS
Procedimento ilegal foi realizado em apartamento; suspeita está foragida
Eduardo Pinzon
Maria Eduarda Petek
Majô Gondim
Uma mulher transexual, de 56 anos, morreu após a aplicação de silicone industrial nas nádegas, em um procedimento clandestino realizado dentro de um apartamento em Capão da Canoa, no litoral norte do Rio Grande do Sul. A responsável pela aplicação, identificada como Bruna Belém da Silva Souza, fugiu do local.
Imagens de câmeras de segurança registraram o momento em que Bruna entrou no prédio na manhã do último domingo (24) e, horas depois, saiu apressadamente. A vítima, Karoline Vinhas Velasques, começou a passar mal logo após a aplicação do produto, que é proibido para uso no corpo humano pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
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Uma amiga que acompanhava o procedimento pediu ajuda aos vizinhos e acionou o socorro. No entanto, quando a ambulância chegou, Karoline já estava sem vida. Segundo a polícia, essa não foi a primeira vez que a vítima se submeteu ao procedimento com a mesma suspeita.
O delegado Marco Swirski revelou que Karoline buscou Bruna em Porto Alegre e a levou até Capão da Canoa para realizar a aplicação. "Elas já haviam feito esse procedimento antes e tinham conhecimento de que a suspeita já havia causado a morte de outras duas pessoas", afirmou o delegado.
A polícia aguarda o laudo oficial para confirmar a causa da morte e investiga o caso como homicídio doloso, quando há intenção de matar, e exercício ilegal da medicina. Karoline pagaria R$ 350 pelo procedimento.
O cirurgião plástico Nelson Dutra, membro do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul, alerta para os riscos do silicone industrial no corpo humano. "Essa substância pode causar embolias, atingindo órgãos vitais como coração, pulmão e cérebro. Além disso, o procedimento foi realizado por uma pessoa sem qualificação, em um ambiente inadequado e com um produto altamente perigoso", destacou o especialista.
As autoridades seguem as buscas por Bruna Belém da Silva Souza, que continua foragida.