Miguelito é solto após prisão por injúria racial em jogo da Série B
Jogador de futebol do América-MG foi liberado pela Justiça após ser acusado de ofensa racial contra Allano, do Operário-PR, durante partida no domingo (4)

SBT News
Agência Brasil
O jogador Miguelito, meio-campista do América-MG, foi liberado da prisão na tarde desta segunda-feira (05), menos de 24 horas após ser detido em flagrante por injúria racial durante o jogo contra o Operário-PR, realizado no Estádio Germano Krüger, em Ponta Grossa.
O caso ocorreu durante o primeiro tempo da partida no domingo (04), quando Miguelito, ao passar por Allano, teria proferido uma expressão de cunho racista. A denúncia foi feita por Allano, que, junto com o capitão do Operário-PR, Jacy, alertou o árbitro sobre o ocorrido.
A partida foi interrompida por 15 minutos, conforme o protocolo da FIFA e da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para casos de racismo.
Apesar da confirmação da ofensa por testemunhas, o árbitro registrou que "nenhum integrante da equipe de arbitragem no campo de jogo viu e/ou ouviu tal incidente".
Embora Miguelito tenha sido inicialmente preso, a Justiça determinou sua soltura após a defesa apresentar argumentos favoráveis. O caso segue em investigação, com a Polícia Civil solicitando imagens adicionais que possam reforçar a acusação.
“Diante do relato da vítima, da análise do contexto da imagem oficial, que dá para ver realmente que o jogador Miguelito passa pelo jogador Alano, vira e profere algum tipo de ofensa, confirmada pela testemunha [Jacy], que ouviu a ofensa de cunho racial, foi dada a prisão em flagrante para o jogador”, explicou o delegado Gabriel Munhoz, da PCPR. “A Polícia Civil solicitou acesso a imagens de outros ângulos que possam ter registrado a fala do jogador. O inquérito policial deverá ser concluído nos próximos dias”.
Em nota publicada nas redes sociais, o América destacou que "confia na palavra de seu atleta" e repudia qualquer ato de preconceito, destacando "seu compromisso inabalável no combate ao racismo".
Allano utilizou as redes sociais para repudiar o ocorrido.
"Não vou me calar, Não por mim apenas, mas por todos que já passaram por isso e por aqueles que ainda lutam para que esse tipo de violência acabe de vez. O futebol, como a sociedade, precisa dizer basta ao racismo. Precisamos de justiça, responsabilidade e, sobretudo, empatia", escreveu o atleta.
