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Mercados e doleiros em cidades perto do Uruguai e do Paraguai eram usados para lavar dinheiro do crime, diz PF

Operação Vagus identificou R$ 82 milhões ilegais em movimentação de negócios e laranjas nas fronteiras do Brasil; sete foram presos, um deles em Montevidéu

Mercados e doleiros em cidades perto do Uruguai e do Paraguai eram usados para lavar dinheiro do crime, diz PF
PF em apreensão em mercado usado para lavar dinheiro, na fronteira: Operação Vagus. (Crédito: Divulgação/PF)
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Supermercados abertos em cidades próximas das fronteiras do Brasil com o Paraguai e o Uruguai eram usados para movimentar dinheiro do tráfico de drogas, contrabando de mercadorias falsas entre outros, segundo a Polícia Federal (PF).

A Operação Vagus, deflagrada nesta terça-feira (17) pela PF e pela polícia antidrogas do Paraguai, a Senad (Secretaria Nacional Antidrogas), prendeu sete pessoas, uma delas em Montevidéu. O Uruguai era base financeira do esquema, que envolvia doleiros, que deixavam os recursos à disposição dos donos.

O grupo teria movimentado R$ 82 milhões de forma ilegal, durante dois anos de investigação. Os mercados e negócios abertos em nome de laranjas, em cidades do Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso, eram usadas para lavar dinheiro do crime e para contrabando de mercadorias, como cigarros e eletrônicos, do Paraguai.

"O esquema de lavagem de dinheiro de amplitude internacional envolve bancos paralelos que se utilizam de pessoas físicas e jurídicas para movimentação de recursos de origem ilícita, direcionando depósitos e transferências bancárias para terceiros utilizados como laranjas e para comércios, principalmente supermercados, sediados em regiões de fronteira do Brasil. Posteriormente, os recursos são evadidos para casas de câmbio no exterior e permanecem à disposição das organizações criminosas.", nota da PF na Operação Vagus.

O esquema começou a ser investigado ainda em 2022, com foco no contrabando de cigarros falsos do Paraguai. Foram deflagradas duas operações em cinco estados naquele ano. Nesta terça-feira, a Vagus deflagrada pela PF no Rio Grande do Sul, teve como alvo um dos núcleos do esquema.

Dinheiro e mercadorias apreendidas na Operação Vagus da PF. (Montagem: Divulgação/PF)

Segundo a PF, a "investigação se concentra em cinco núcleos autônomos que teriam movimentado ao longo de dois anos mais de R$ 82 milhões de origem ilícita, em grande parte, provenientes de câmbio ilegal e tráfico de drogas".

O dinheiro do crime era diluído nos negócios dos mercados e os valores movimentados fisicamente nas fronteiras por doleiros e bancos paralelos.

A ação, que envolve 190 policiais federais e tem o apoio da Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai (SENAD), executa 34 mandados de busca e apreensão, seis mandados de prisão preventiva, quatro de prisão temporária, além de outras medidas cautelares,

A PF e a Senad fizeram buscas e apreensões no Paraná (Curitiba e São José dos Pinhais), São Paulo (São Paulo e São Caetano do Sul), Rio Grande do Norte (Natal), Mato Grosso do Sul (Ponta Porã) e Rio Grande do Sul (Chuí, Bagé e Aceguá). Os R$ 82 milhões em bens e valores foram bloqueados pela Justiça Federal.

O esquema de lavagem de dinheiro em mercados foi descoberto na Operação Operador Fenício II, de novembro de 2022, a partir de uma empresa em Chuí (RS), que recebia "grandes quantias de dinheiro de origem ilícita", informou a PF.

O nome Vagus (errante no latim) é referência a um dos investigados. "Segundo a apuração, realizava frequentes deslocamentos pelo Brasil para fazer depósitos em espécie diretamente em agências bancárias."

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