Mãe acusa cunhada de matar filha recém-nascida em Taboão da Serra (SP)
Tatiane Schunck encontrou a filha gêmea sem vida aos 12 dias de nascida e desconfia que a cunhada tenha cometido o crime

Fabíola Corrêa
Uma dor que não cabe no peito. Tatiane carrega uma das filhas, hoje com três meses de vida, no colo. A irmã gêmea da bebê, ela encontrou sem vida, quando a menina tinha apenas 12 dias de nascida. A gravidez, segundo Tatiane, foi muito sonhada.
Durante a recuperação do parto e cuidando de duas recém-nascidas, ela decidiu aceitar ajuda. Enquanto permanecia com uma das meninas no quarto, a outra era cuidada pela cunhada na sala. A distância entre os cômodos é pequena, e Tatiane acredita que, se a filha não tivesse sido silenciada, ela teria ouvido o choro da bebê.
Ao chegar na sala, segundo Tatiane, a bebê estava enrolada no cobertor, com sangue na boca, e a cunhada estava com as pernas sobre ela.
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Durante o tempo em que o socorro era providenciado, a tia da bebê não teria demonstrado nenhuma reação. Tatiane conta que ela e o marido gritavam por ajuda, mas a cunhada não se mexia.
No hospital, veio a notícia que nenhuma mãe gostaria de ouvir: a bebê não resistiu. A causa da morte foi registrada como asfixia mecânica.
Um boletim de ocorrência por morte suspeita foi registrado na Delegacia de Taboão da Serra, na Grande São Paulo. Depoimentos estão sendo colhidos pelo delegado responsável.
Desentendimento e empréstimo de dinheiro
Tatiane afirma com certeza que o que aconteceu não foi um acidente. Ela e a cunhada, irmã do marido por parte de pai, já haviam se desentendido diversas vezes no passado. Um dos episódios, segundo Tatiane, envolveu um empréstimo feito pela cunhada em nome do marido, sem autorização. Ela acredita que o suposto assassinato possa ter relação com esses desentendimentos anteriores.
O casamento de 11 anos está abalado. Tatiane teme pelo marido, que está inconsolável. Ela diz não saber o que será dele. Ele também desconfia da própria irmã.
Para essa mãe enlutada, o caso lembra outros que chocaram o país, como o de Isabella Nardoni, arremessada do sexto andar, com o pai e a madrasta como suspeitos; e o de Henry Borel, morto com mais de 20 ferimentos, cujos responsáveis apontados foram a mãe e o padrasto.
A equipe de reportagem tentou contato com a cunhada, tia das gêmeas, mas não foi atendida. Um inquérito foi instaurado. E as diligências continuam.