Justiça manda prender o cantor Gusttavo Lima
Artista é um dos investigados na Operação Integration, que prendeu no início do mês a influenciadora Deolane Bezerra
Raphael Guerra, do JC Pernambuco
A Justiça de Pernambuco decretou nesta segunda-feira (23) a prisão do cantor Gusttavo Lima. O mandato foi expedido no contexto da Operação Integration, que prendeu no início do mês a influenciadora Deolane Bezerra. A ação da Polícia Civil investiga um esquema de lavagem de dinheiro com o uso de bets e jogos ilegais. O cantor é suspeito de ter ajudado duas pessoas investigadas neste suposto esquema a fugirem do país.
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Gusttavo Lima teve a prisão preventiva decretada e terá suspenso também o passaporte.
No mandado de prisão consta que a Justiça de Pernambuco "não vislumbra, para o momento, nenhuma outra medida cautelar menos gravosa capaz de garantir a ordem pública".
A decisão judicial traz o nome de batismo de Gusttavo Lima: Nivaldo Batista Lima.
A suspeita é que o empresário José André da Rocha Neto, dono da empresa Vai de Bet, e a esposa dele, Aislla Sabrina Truta, tenham sido beneficiados por Lima. Eles são investigados no esquema criminoso das bets e participaram da festa de aniversário do cantor na Grécia, no início do mês.
Conforme a investigação, eles estavam no mesmo jatinho que o cantor foi de Goiânia para a Grécia. Porém, na volta, a aeronave teria pousado nas Ilhas Canárias, em um local distinto da ida. A suspeita é que Rocha e a esposa tenham decido lá, quando o pedido de prisão contra eles e outros investigados já havia sido emitido
"Esses indícios reforçam a gravidade da situação e a necessidade de uma investigação minuciosa, evidenciando que a conivência de Nivaldo Batista Lima com foragidos não apenas compromete a integridade do sistema judicial, mas também perpetua a impunidade em um contexto de grave criminalidade", diz trecho da decisão.
Cantor vendeu jato a uma empresa de bet
A ordem de prender Gusttavo Lima veio da juíza Andréa Calado da Cruz, do TJ de Pernambuco.
De acordo com apuração da Operação Integration, a Balada Eventos e Produções LTDA, que pertence ao cantor, vendeu um jato Cessna Aircraft à empresa Vai de Bet, do empresário José André da Rocha Neto.
O mesmo avião havia sido adquirido por Darwin Henrique da Silva Filho, presidente do Esportes da Sorte, principal alvo da investigação de lavagem de dinheiro e prática ilegal de jogos de azar.
A investigação da Polícia Civil apontou que a empresa de Gusttavo Lima "é responsável pela conduta de ocultar valores provenientes dos jogos ilegais da HSF Entretenimento Promoção de Eventos". A estimativa de valores ocultos é de R$ 25,8 milhões entre 2023 e 2024.
A juiza ainda determinou a prisão de Bóris Maciel Padilha e manteve a prisão da influenciadora Deolane Bezerra.
Em nota, o Tribunal de Justiça informou que, além das prisões, foi "determinada a indisponibilidade de bens dos envolvidos, visando garantir a reparação dos danos e a eficácia das medidas judiciais. O juízo também manteve todos os decretos de prisão já expedidos anteriormente, incluindo o da influenciadora Deolane Bezerra, e determinou a difusão vermelha junto à Interpol para a captura dos que estão foragidos".
De acordo com o TJ, a operação tem como objetivo desarticular um esquema de "lavagem de dinheiro que movimenta grandes quantias através da exploração ilícita de jogos".