Jovem acusa PMs de estupro após carona em viatura; eles estão presos por abandono de posto
Tio da mulher, que tem 20 anos, acionou o 190 para denunciar o crime; policiais afirmaram que ela entrou em surto dentro da viatura
Emanuelle Menezes
Marcelo Bittencourt
Dayres Vitoria
Joyce Didoff
Dois policiais militares foram presos por abandono de posto e descumprimento de missão após darem carona para uma jovem que deixava um bloco de carnaval em Diadema, na Grande São Paulo, na noite de domingo (2). A mulher, de 20 anos, acusa os PMs de estupro.
O tio da mulher, que acionou o 190 para denunciar o crime, afirmou que a sobrinha estava em um bloco de carnaval no ABC Paulista quando pediu ajuda para os dois policiais. Eles pediram que ela entrasse na viatura e disseram que a levariam para casa, na capital paulista.
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Às 22h27 do domingo, ela mandou áudios em que relatava o suposto abuso para o tio. Fotos e vídeos dos agentes, registrados de dentro da viatura, também foram encaminhados por ela. Após perder contato com a sobrinha, ele acionou a Polícia Militar.
Encontrados, os policiais afirmaram que prestaram apoio à mulher e que ela entrou em surto dentro da viatura. Na sequência, eles pediram que a jovem desembarcasse, próximo à Rodovia Anchieta. Os dois foram detidos por deixarem a área de patrulhamento sem autorização e sem motivo justificado, segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP).
De acordo com o tio, a jovem foi encontrada no dia seguinte, na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da Liberdade, no centro de São Paulo. Ela teria sido encaminhada à unidade de saúde por um escrivão do 26º Distrito Policial, no Sacomã.
A jovem realizou exame de corpo de delito, assim como os policiais, que seguem presos no Presídio Militar Romão Gomes após terem a prisão preventiva decretada pela Justiça, nesta terça-feira (4). Eles também realizaram exame de sangue para constatar a presença de álcool no sangue, já que a mulher afirmou que os dois PMs ingeriram bebida alcoólica.
A SSP informou, por meio de nota, que apura a denúncia e que analisará as imagens das câmeras corporais dos agentes. "A Polícia Militar reforça seu compromisso com a legalidade e a transparência, garantindo que qualquer desvio de conduta será punido com rigor", diz o texto.
