Homem é morto e esquartejado em Quintana (SP); três suspeitos confessam o crime
Vítima foi morta com requintes de crueldade após suspeita infundada; casal usou carrinho de bebê para ocultar partes do corpo


Yuri Macri
Um crime brutal chocou até os investigadores mais experientes. Em Quintana, no interior de São Paulo, Daniel Ferreira Crol, de 38 anos, foi morto e esquartejado. Partes do corpo foram encontradas espalhadas em diferentes pontos da cidade.
As primeiras partes foram descobertas por funcionários da prefeitura, próximos à linha do trem. Eles foram chamados por causa do mau cheiro que tomava conta do local.
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As investigações revelaram um plano cruel. Segundo a polícia, tudo começou quando Éric Kaique da Silva contou ao amigo Taiggon Aparecido Pereira de Oliveira que Daniel teria abusado de seu filho. Sem qualquer prova, os dois decidiram “punir o Jack”, como chamavam a vítima. Eles acreditavam que ninguém sentiria falta de Daniel — um homem simples, que enfrentava o alcoolismo e vivia em situação de rua.
Câmeras de segurança registraram Daniel ao lado dos suspeitos caminhando pelas ruas de Quintana. Pouco depois, o grupo seguiu para a casa de Éric, onde beberam e conversaram. Daniel adormeceu em um sofá e, nesse momento, levou a primeira paulada.
De acordo com a defesa de Taiggon, ele teria golpeado a vítima apenas uma vez e saído do local. O que veio em seguida foi ainda mais cruel. O corpo de Daniel foi cortado em várias partes — cabeça, tronco, pernas e braços — que foram deixadas em diferentes regiões da cidade.
Os achados levaram à Operação Fragmento, deflagrada pela Polícia Civil. A ação envolveu agentes de Quintana e da DIG de Tupã (SP), que identificaram os três envolvidos: Éric, Taiggon e Maria Helena Chagas Santos, esposa de Éric, acusada de ajudar na ocultação do corpo.
Ao serem presos, os três confessaram o crime. Éric afirmou ter matado e esquartejado Daniel. Taiggon confirmou ter dado uma paulada, e Maria Helena admitiu que ajudou a limpar o sangue e esconder o corpo. Segundo a polícia, o casal usou um carrinho de bebê para transportar partes do cadáver — um detalhe que revelou a frieza da ação. Um bebê de oito meses teria presenciado o crime.
A Polícia Civil informou que os suspeitos eram fãs de filmes e séries de terror, o que pode ter influenciado a forma como o crime foi cometido. A família de Daniel viajou de Várzea Paulista, na Grande São Paulo, até Quintana, para fazer o reconhecimento do corpo.
Roseli Ferreira de Carvalho, irmã da vítima, contou que sentiu uma força estranha ao chegar à cidade. Ela foi até o local da desova e acabou encontrando, sem saber, Maria Helena. As duas conversaram, e quando Roseli perguntou sobre câmeras de segurança na região, ouviu apenas o silêncio como resposta. Horas depois, outras partes do corpo de Daniel foram encontradas no mesmo lugar.
Daniel enfrentava um período difícil, marcado por depressão e alcoolismo após a morte da mãe. A família agora pede justiça e busca limpar a imagem dele, morto sob uma acusação sem provas. Os três suspeitos permanecem presos, com a prisão preventiva decretada pela Justiça.
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A Polícia descreve o caso como um “roteiro de filme de terror”, pela forma como foi planejado e executado. A dúvida agora é se o crime foi realmente motivado por vingança — ou se o prazer em matar guiou os autores.
Segundo Roseli, o irmão era uma pessoa confiável. “Nada justifica uma morte tão cruel e trágica”, disse.









