Grupo aplicava golpes usando nome de escritório do governador do Distrito Federal
Os seis integrantes da organização poderão responder por falsa identidade, estelionato, associação criminosa e lavagem de dinheiro
A Polícia Civil do Distristo Federal (PCDF) realizou uma operação nesta sexta-feira (08) contra um grupo criminoso que aplicava golpes virtuais com o nome do governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), e também de escritórios de advocacia. A investigação durou sete meses.
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Com a participação das polícias civis de Pernambuco e Ceará, foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão em Fortaleza (CE) e Recife (PE). Durante a investigação, que recebeu o nome de Operação Fallere, a polícia apurou que as vítimas eram induzidas a transferir determinados valores para a conta de uma pessoa. A justificativa do grupo era que o dinheiro seria utilizado para o levantamento de alvarás e recebimento de valores disponíveis, supostamente vindos de decisões judiciais favoráveis.
Além disso, os golpistas usavam números de processos verdadeiros para dar mais credibilidade à farsa. Eles ainda se passavam pelos advogados das vítimas.
Um dos sócios do escritório de Ibaneis registrou um boletim de ocorrência ao perceber que cinco clientes haviam sido alvo de tentativa de golpe pelo grupo criminoso. Um dos golpistas usou a foto desse sócio como perfil em um aplicativo de mensagens e começou a se comunicar com as vítimas, fingindo ser o advogado e alegando que os clientes teriam ganhado processos judiciais. Após a denúncia, uma vítima declarou ter sido enganada.
Em entrevista ao SBT Brasília, o delegado Bruno Dias, da PCDF, afirmou que o grupo aplicou a mesma estratégia se passando por diferentes escritórios, inclusive pelo que leva o nome do governador do DF.
"Começaram a inventar toda aquela história de que a pessoa tinha dinheiro para receber e, para isso, precisava apenas fazer um Pix. Mas a conta era de uma pessoa física e, assim, o golpe prosseguia", explica.
O escritório do governador chegou a publicar nas redes sociais um comunicado informando que não solicita depósitos para “fins de recebimento de precatórios”, a fim de evitar que outras pessoas fossem vítimas de fraudes.
Nesta sexta-feira, em coletiva de imprensa, Ibaneis comentou a operação e elogiou o trabalho da Polícia Civil.
"Estou afastado do escritório desde que assumi o governo em 2019, mas ficamos sabendo dos fatos pelos sócios. Não foi só o nosso escritório; outros que atuam com servidores públicos e precatórios também foram vítimas desse golpe. E a Polícia Civil, mais uma vez, mostra sua competência. Fraude sempre existe, mas eu tenho certeza de que, com a polícia qualificada que temos no Distrito Federal, bandido aqui não se cria", declara.
A operação identificou todos os seis integrantes da organização, que poderão responder por falsa identidade, estelionato, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Caso sejam condenados, os investigados podem cumprir penas com mais de 20 anos de prisão.