Polícia

Governo do Rio de Janeiro prevê novo recorde de apreensões de fuzis em 2025

Governador Cláudio Castro acredita que 90% dos armamentos apreendidos em 2024 vieram dos Estados Unidos

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O governo do Rio de Janeiro acredita que deve bater um novo recorde de apreensões de fuzis neste ano.

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Só no ano passado foram 15 mil armas apreendidas no estado do Rio de Janeiro, incluindo 732 fuzis, que chegam ao país montados ou em peças. O uso indiscriminado de armas pesadas em crimes mais comuns tem chamado a atenção.

"Antes era de uso exclusivo de narcotraficantes para dominar territórios, para defender de ataques de facções rivais ou para invadir as áreas controladas por essas facções rivais. O que nós estamos vendo hoje é uma naturalização da utilização de fuzis a ponto dele ser utilizado em outras atividades, até em assalto você tem um fuzil", afirma Paulo Storani, antropólogo e ex-capitão do Bope.

Como chegam as armas?

Na estimativa do governador Cláudio Castro, 90% dos fuzis apreendidos no ano passado vieram dos Estados Unidos, e entraram no Brasil através do Paraguai, da Colômbia e do Chile.

Entender o caminho das armas é um processo de investigação longo e complexo. Em março, a Polícia Federal chegou ao agente aposentado, Josias João do Nascimento. Ele é acusado de comandar uma quadrilha que enviou dois mil fuzis dos Estados Unidos para o Brasil durante sete anos. Ele atuava com Frederick Barbieri, conhecido como o "Senhor das Armas", preso e condenado pela Justiça americana por tráfico internacional de armamentos.

O governo do estado do Rio vem negociando com os Estados Unidos um acordo bilateral de cooperação para combater o tráfico de armas e drogas, incluindo o Comando Vermelho numa lista de organização criminosa internacional.

Um levantamento da Subsecretaria de Inteligência do Rio calcula que em cada comunidade há, em média, 70 criminosos usando armas de fogo. O número indica que 56.520 pessoas atuem com fuzis e pistolas nessas áreas.

A especialista Jacqueline Muniz, professora do departamento de segurança da UFF, avalia que a participação de ex-agentes contribui para o aumento do tráfico.

"Ex-policiais, ex-militares, agentes de segurança em geral, não apenas abastecem esse mercado milionário de fuzis internacionais, mas atuam como consultores, montadores, consertadores, instrutores de armamento e, ainda, marqueteiros do crime, facilitando a entrada de armas", diz Jacqueline.

Sobre a entrada de armas no país, nossa produção entrou em contato com os ministérios da Defesa e da Justiça e Segurança Pública. Até a publicação dessa reportagem nenhuma respondeu.

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