Golpe do empréstimo consignado: Polícia Civil do DF desmonta quadrilha que aplicou fraudes de R$ 9 milhões
Operação Nocaute cumpriu 8 prisões contra grupo que enganava vítimas com falsa portabilidade de crédito; pelo menos 31 pessoas foram prejudicadas

Beto Lima
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) desarticulou, nesta terça-feira (1), uma organização criminosa que aplicava golpes milionários no DF. A operação, denominada Nocaute, investiga uma quadrilha especializada em fraudes eletrônicas na região. O grupo, que atua desde 2020, é acusado de desviar até R$ 9 milhões de vítimas por meio de um esquema de portabilidade de empréstimos consignados.
Ao todo, foram cumpridos oito mandados de prisão preventiva e nove de busca e apreensão em diversas regiões administrativas do DF.
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Golpe do falso empréstimo consignado
A organização criminosa usava um método para enganar as vítimas focado em fraudes eletrônicas. Os golpistas se passavam por representantes de empresas financeiras genuínas.
Eles tinham acesso a informações confidenciais sobre empréstimos que as vítimas já haviam feito, como o valor das parcelas e o banco do empréstimo. Com esses dados em mãos, entravam em contato com as pessoas para oferecer uma falsa "portabilidade" do empréstimo. A promessa era um desconto de 20% no valor da parcela, sem que isso aumentasse o número de meses a pagar.
Para que o golpe funcionasse, as vítimas eram convencidas a pegar um novo empréstimo e, em seguida, transferir o dinheiro para contas de empresas usadas pelos criminosos. Ao longo de cinco anos, os golpistas usaram nove empresas diferentes para receber o dinheiro dos enganados.
As vítimas só percebiam que caíram em um golpe após cerca de três meses, quando a promessa de desconto e portabilidade nunca se cumpria. A operação Nocaute busca desmantelar essa rede criminosa e interromper atividades de suspeitos no Distrito Federal.
Dados da investigação
- Valor comprovado: R$ 2,6 milhões desviados;
- Suspeita: prejuízo pode chegar a R$ 9 milhões;
- Vítimas: pelo menos 31 pessoas identificadas;
- Empresas fantasma: nove foram usadas nos últimos cinco anos.
Próximos passos
Os presos serão interrogados e poderão responder por formação de quadrilha e lavagem de dinheiro, além de fraude. A PCDF investiga se há mais envolvidos no esquema.