Familiares de 'Peixão', chefe do tráfico no Rio, são detidos tentando chegar à Bolívia
PRF interceptou dois carros com parentes do líder do Complexo de Israel; grupo levava joias associadas ao traficante


Emanuelle Menezes
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) deteve familiares de Álvaro Malaquias Santa Rosa, o "Peixão", um dos traficantes mais procurados do Rio de Janeiro, durante uma abordagem na BR-262, em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. A suspeita é de que o grupo, composto pela esposa, três filhos e um sobrinho de Peixão, estivesse em fuga para a Bolívia.
Peixão, líder do Terceiro Comando Puro (TCP) e responsável pelo domínio do Complexo de Israel, na zona norte do Rio, não estava em nenhum dos veículos. A ação ocorreu após a PRF receber informações da Polícia Civil, que alertava sobre a suposta tentativa de fuga.
Duas equipes foram acionadas para abordar dois carros que haviam saído da capital fluminense com destino a Corumbá, cidade que faz fronteira com a Bolívia. Segundo os motoristas, ambos teriam sido contratados por um conhecido que vive na Bolívia para transportar os passageiros do Rio até a divisa.
Eles relataram que viajaram de avião até a capital fluminense, pernoitaram e seguiram para Mato Grosso do Sul levando os familiares do traficante.

Durante a revista nos veículos, os agentes encontraram várias joias com inscrições e símbolos associados ao criminoso, conhecido por se autodefinir como "traficante evangélico".
Peixão, além de acumular mais de 30 anotações criminais, é investigado por impor símbolos religiosos no Complexo de Israel e por expulsar moradores de religiões de matriz africana. Mesmo sob inúmeras operações e denúncias, ele segue foragido.
🔎 O Complexo de Israel, na zona norte do Rio de Janeiro, é formado pelas comunidades: Cidade Alta, Cinco Bocas, Parada de Lucas, Vigário Geral e Pica-pau.
Os parentes encontrados nos carros foram detidos sob suspeita de lavagem de dinheiro e ocultação de bens, além de possível ligação com a estrutura financeira da organização criminosa comandada por Peixão. Após prestarem depoimento na Polícia Federal do Mato Grosso do Sul, eles foram liberados.








