Exclusivo: MP denuncia 7 suspeitos pela morte de policial civil na Favela do Gato (SP)
Investigadores apontam que crime foi cometido por organização criminosa ligada ao tráfico de drogas em São Paulo

Robinson Cerantula
Paulo Sabbadin
O Ministério Público de São Paulo (MPSP) denunciou sete suspeitos pela morte do policial civil Caio Bruno, assassinado na Favela do Gato, na região central da capital. O agente do Departamento de Narcóticos (Denarc) realizava uma investigação na comunidade no dia do crime.
De acordo com a denúncia, os acusados integravam uma organização criminosa estruturada, com divisão de tarefas, voltada principalmente para o tráfico de drogas e outros crimes violentos.
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O grupo seria comandado por Dinozan Alves da Silva, conhecido como "Mun-Rá", que exercia função de liderança e tinha poder de decisão sobre as ações do bando.
Também foram denunciados:
- Júlio César Lopes de Oliveira, o "Carioca";
- Tiago Bezerra de Almeida;
- William Moreira Mendes;
- Vitor Ribeiro de Souza;
- Alesson Monteiro de Sena, o "Piauí";
- Marcelo Gomes dos Santos.
Segundo o Ministério Público, William Moreira Mendes iniciou as agressões após discutir com o policial, utilizando um capacete para golpear a vítima. Em seguida, Júlio César aplicou um "mata-leão", imobilizando o agente e permitindo que os demais o espancassem.
Tiago Bezerra de Almeida confessou ter dado cerca de quinze socos no rosto do policial. Vitor Ribeiro de Souza e Marcelo Gomes dos Santos também teriam participado ativamente das agressões, sendo que Marcelo ainda incitou os demais gritando "pega ladrão".
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Na fase final, Dinozan "Mun-Rá" teria autorizado a execução e desferido golpes com pedaço de madeira e chutes, conforme mensagens interceptadas. Já Alesson "Piauí" participou do espancamento até a consumação do homicídio.
O laudo necroscópico, que será juntado aos autos, descreve os ferimentos que resultaram na morte do policial. O Ministério Público aponta que o crime foi cometido com meio cruel, dificultando a defesa da vítima, e para assegurar a impunidade do tráfico de drogas na região.
Dos sete denunciados, cinco estão detidos. Apenas Piauí e Marcelo Gomes seguem foragidos. O MPSP pede a prisão preventiva de todos.