Esquema de cigarros falsos que movimentou R$ 1,5 bilhão com mão de obra escrava é alvo da PF
Criminosos exploravam trabalhadores paraguaios em situação análoga à escravidão; ação contou com Receita e Ministério do Trabalho para cumprir 43 mandados
A Polícia Federal (PF) realizou duas operações em conjunto, na manhã desta quarta-feira (9), contra um mesmo grupo envolvido em um esquema de falsificação de cigarros que explorou paraguaios em situação análoga à escravidão e movimentou quase R$ 1,5 bilhão.
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Estão sendo cumpridos dois mandados de prisão, 41 de busca e apreensão e sequestro de bens no Distrito Federal, em Goiás, Minas Gerais e Pernambuco. As forças-tarefas foram batizadas de Sinal de Fumaça e Nicotina Falsa.
Como esquema funcionava
De acordo com o inquérito policial, os investigados iniciaram a venda de cigarros legalmente, mas começaram a querer lucros maiores e passaram a comercializá-los clandestinamente, em Minas Gerais.
A investigação policial partiu de denúncias que apontaram a venda do fumo falso ou contrabandeados em Valparaíso de Goiás, cidade localizada próxima ao Distrito Federal, e na cidade mineira de Uberaba.
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Os criminosos exploravam a mão de obra de trabalhadores do Paraguai que seriam vítimas em condições similares à escravidão para produzirem os cigarros falsos, que foram levados para perícia e analisados pelos verdadeiros fabricantes.
Para conseguir deslocar a carga pelas rodovias e ocultar a quantia bilionária movimentada, a organização criminosa falsificava documentos e notas fiscais.
Com as operações, que contaram com apoio da Receita Federal e do Ministério do Trabalho e Emprego, os presos devem responder por crimes de lavagem de dinheiro, trabalho escravo, além da falsificação de cigarros, de documentos tributários e comércio impróprio para consumo.