Esmeraldas e R$ 1 milhão em dinheiro vivo são apreendidos em operação que envolve auditores e empresários
Esquema bilionário de propinas fraudava créditos tributários de ICMS para empresas varejistas

Vicklin Moraes
A operação Ícaro, que prendeu nesta terça-feira (12) o dono da Ultrafarma, Sidney Oliveira, e o diretor da Fast Shop, Mario Otávio Gomes e mais três pessoas, também apreendeu mais de R$ 1 milhão em espécie e esmeraldas. O esquema envolvia auditores fiscais da Secretaria de Estado da Fazenda que realizavam fraudes em créditos tributários. Ao todo, 19 mandados de buscas e apreensão foram realizados.
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Segundo o promotor de Justiça João Ricupero, o dinheiro e as esmeraldas foram encontradas na casa de um dos investigados que auxiliava os fiscais a lavarem o dinheiro. Ricupero também afirmou que o homem tem processos por crimes de estelionato no estado de Mato Grosso do Sul.

Como era o esquema?
Segundo as investigações, empresas do comércio varejista, como a Ultrafarma e a Fast Shop, pagavam centenas de milhões de reais a auditores fiscais para acelerar e aprovar o ressarcimento de créditos de ICMS junto à Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo. Embora o procedimento seja um direito das empresas, ele é complexo e demorado. Os auditores, então, mediante propina, facilitavam a aprovação, evitavam revisões internas e, em alguns casos, liberavam valores superiores aos devidos e em prazos reduzidos.
O suposto líder do esquema era um auditor fiscal, que foi preso em Ribeirão Pires, na Grande São Paulo. Ele recebia os pagamentos em uma empresa registrada em nome da mãe.
Outro integrantes do esquema, também auditor, foi preso em São José dos Campos, no interior do estado. Um fiscal aposentado em janeiro deste ano foi alvo de mandado de busca e apreensão. Segundo os promotores, apenas um dos suspeitos teria arrecadado cerca de R$ 1 bilhão em propinas desde 2021.
Outro lado
O SBT News procurou a Ultrafarma, mas até a publicação dessa reportagem não obteve retorno. O espaço segue aberto e a matéria será atualizada.
Já a Fast Shop informou que "ainda não teve acesso ao conteúdo da investigação, e está colaborando com o fornecimento de informações às autoridades competentes."
A secretaria da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo (Sefaz-SP) afirmou que está à disposição das autoridades e colaborará com os desdobramentos da investigação.