Eric Fidelis, filho de ex-diretor do INSS, é convocado para depor na CPMI do INSS
Advogado deverá explicar relações com entidades investigadas; sessão foi marcada para a manhã desta quinta-feira (13), no Senado Federal


Camila Stucaluc
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura a fraude bilionária no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) ouve, nesta quinta-feira (13), o depoimento do advogado Eric Douglas Martins Fidelis, filho do ex-diretor de Benefícios do INSS André Fidelis. A sessão tem previsão para começar às 9h.
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A convocação de Eric Fidelis atende a quase 10 requerimentos apresentados por senadores e deputados. Um deles é de autoria do presidente do colegiado, senador Carlos Viana (Podemos-MG), que apontou que o advogado, por meio de seu escritório de advocacia, manteve relações diretas com entidades investigadas.
As investigações apontaram que Eric Fidelis recebeu cerca de R$ 5,1 milhões de intermediários do esquema que lesou aposentados e pensionistas do INSS, e movimentou valores superiores a R$ 10,4 milhões entre 2023 e 2024. Para Viana, o montante “é considerado incompatível com a atividade advocatícia comum e pode configurar ocultação ou dissimulação da origem ilícita dos recursos”.
Além de explicar as movimentações financeiras, Eric Fidelis deverá esclarecer sua relação, bem como a do pai, com Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como o "Careca do INSS", apontado como uma das peças-chave do esquema. Ele foi preso em 12 de setembro, suspeito de facilitar os descontos indevidos nos pagamentos dos beneficiários.
Entenda
Em abril, a Polícia Federal expôs um esquema de descontos indevidos por parte de entidades nos pagamentos de aposentados e pensionistas do INSS. As fraudes aconteceram entre 2019 e 2024, com prejuízo estimado de R$ 6,3 bilhões.
A revelação resultou no afastamento de cinco servidores públicos suspeitos de participarem no esquema, bem como na demissão do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto. Outro que deixou o cargo foi o então ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT), pressionado pela oposição.
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Em meio ao cenário, parlamentares abriram uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar o caso e responsabilizar aqueles que participaram do esquema. O colegiado é formado por 15 deputados e 15 senadores titulares, com o mesmo número de suplentes. No total, os parlamentares terão 180 dias para concluir os trabalhos.









