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Doleiro do PCC é preso após descumprir medidas que garantiam a liberdade

Segundo a PF, grupo criminoso movimentou cerca de R$ 2 bilhões com o tráfico de cocaína entre a América do Sul e a Europa

Imagem da noticia Doleiro do PCC é preso após descumprir medidas que garantiam a liberdade
Tharek Mourad Mourad foi preso por violar condições de liberdade. | Reprodução/Polícia
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A Polícia Federal (PF) prendeu, no último dia 28 de março, Tharek Mourad Mourad, apontado como o principal doleiro do Primeiro Comando da Capital (PCC), no bairro da Água Rasa, zona leste de São Paulo.

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Mourad havia sido detido em dezembro de 2024 durante a Operação Mafiusi, com outras nove pessoas, mas respondia ao processo em liberdade até descumprir medidas judiciais, o que motivou a nova prisão.

Mourad é acusado de operar esquema bilionário de lavagem de dinheiro. | Reprodução/Polícia
Mourad é acusado de operar esquema bilionário de lavagem de dinheiro. | Reprodução/Polícia

A investigação revelou que Mourad era peça-chave na engrenagem financeira do PCC, operando um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro por meio de contas de passagem, empresas fictícias, transações em espécie e a aquisição de bens de alto valor.

A atuação de Mourad se dava especialmente por meio da operação conhecida como "dólar-cabo", um método clandestino de remessa de dinheiro ao exterior sem passar pelo sistema bancário formal.

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Registros obtidos pela investigação mostram que Mourad organizava o recebimento de grandes quantias em euros em cidades europeias, como Roma, além de intermediar transferências financeiras relacionadas à remessa de cocaína para o exterior.

Procurada, a defesa de Mourad enviou a seguinte nota: "O caso corre em sigilo e, por isso, o escritório não pode se manifestar sobre o mérito. De toda forma, as medidas jurídicas pertinentes foram adotadas e estamos confiantes na apuração célere e justa pelo Poder Judiciário."

Movimentação bilionária

Segundo a Polícia Federal, o grupo criminoso movimentou cerca de R$ 2 bilhões com o tráfico de cocaína entre a América do Sul e a Europa. Na data da operação da PF, Willian Barile Agati, conhecido como o “Concierge do Crime”, também foi detido. Ele seria o elo entre a facção paulista e a máfia italiana.

Mourad é apontado como principal doleiro do PCC. | Reprodução/Polícia
Mourad é apontado como principal doleiro do PCC. | Reprodução/Polícia

Para a PF, a ligação de Mourad com Agati ultrapassava o universo do tráfico e alcançava o mundo corporativo, onde ambos eram sócios em empresas como a Sulvene Factoring Ltda e a BB01 SPE Ltda, suspeitas de servir à lavagem de dinheiro.

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Conversas interceptadas durante a investigação mostram que Mourad usava o apelido "Primo" e se referia a Agati como "doce" ou "docinho", reforçando a proximidade da parceria.

Além do PCC, Mourad também operava serviços de câmbio paralelo para outras redes criminosas internacionais. Depoimentos colhidos pelo Ministério Público Federal (MPF) indicam que ele era um doleiro influente no mercado ilícito.

As investigações seguem para aprofundar as conexões do doleiro e rastrear os fluxos de dinheiro operados por ele e seus associados.

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